terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Ibama notifica Celesc por vazamento de óleo ascarel


A Celesc Distribuição, subsidiária da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), recebeu uma notificação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no valor de R$ 50 milhões, em decorrência de vazamento de óleo ascarel com suspeita de contaminação por material tóxico, para a baía sul de Florianópolis, onde se localizam as fazendas marítimas de ostras. Por meio de comunicado distribuído ao mercado nesta terça-feira, a Celesc informou que vai recorrer do auto de infração. A empresa afirmou ainda que, independentemente da responsabilidades pela ocorrência, a subsidiária tomou todas as providências para a mitigação dos impactos ambientais, "continuando a efetuar o monitoramento da área envolvida e providenciando as análises laboratoriais que irão certificar se houve ou não contaminação". O óleo ascarel é altamente cancerígeno e carcinogênico. Por isso foi banido no cenário internacional há 30 anos. No Brasil, ele também foi banido por regulamentação do Conama há cerca de 20 anos. O óleo ascarel é utilizado para refrigeração de transformadores de energia elétrica. Apesar de banido, verifica-se, agora, que a Celesc continuava a usá-lo na refrigeração de seus transformadores. Será que não acontece a mesma coisa com outras empresas de energia elétrica no resto do País. A CEEE (Companhia Estadual de Energia Elétrica), por exemplo, no Rio Grande do Sul, o que fez com o óleo ascarel de seus transformadores de energia? Para onde foi destinado? Há uma fortissima suspeita no Estado que 220 mil tonéis, que compõem a base da famigerada Vala 7, do aterro industrial da Utresa, em Estância Velha.

Um comentário:

Gilnei Lima disse...

Vitor, é preciso que se faça um registro. Antes de começar a deixar a engenharia, eu atuava como engenheiro eletricista desde 1989 e, muito já atuei em manutenções de subestações de MT (média tensão), aquelas que usam os transformadores de tensão que vemos nas ruas e prédios (subestações privativas). O Uso dos transformadores à base de Ascarel ainda é imensa. Basta se dizer que, devido ao custo de reformas e retrofits de subestações, os TRs (como são denominados no meio técnico)são recondicionados, feitas suas manutenções e postos em funcionamento contínuo. Um dos grandes usuários de TRs de Ascarel no RS é o Banco do Brasil, com suas agencia mais antigas mantidas por esse equipamento. É fato que muitos dos equipamentos "mais modernos" com cerca de 30 anos, aproximadamente, se utilizam de óleo mineral isolante. Apenas uma pequena parcela dos transformadores existentes são de tecnologia de refrigeração à seco, devido ao elevado custo de projeto, adaptações e aquisição dos conjuntos de transformação de tensão e retificação de corrente elétrica. Isso pode ser comprovado em consulta aos diversos profissionais de engenharia que atuam no mercado. Nas obras de recuperação do prédio da própria CEEE, Rua Joaquim Porto Villanova, Intercap - Porto Alegre, sede geral da CEEE, o prédio da Gerencia Regional Metropolitana foi sinistrado por incendio em dezembro de 2009. Para a recuperação foi exigido projeto de nova subestação, com dois TRs intertravados (conectados em linha), sendo um de 500kVA e outro de 225kVA, ambos à base de óleo mineral fornecidos "pela própria CEEE. Gilnei de Lima Duro.