quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Ata do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico registra atraso em obras de geração e transmissão de energia


Dados do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que avalia o suprimento de energia no País, apontam que, além da escassez de chuvas, que deixa a maioria dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras com nível abaixo do normal, o País enfrenta atraso em obras relacionadas ao setor, principalmente em geração de energia e linhas de transmissão. De acordo com a ata da reunião do comitê ocorrida em 22 de novembro, menos da metade (45%) dos empreendimentos de geração de energia, entre 336 novas usinas no País, estão dentro do cronograma previsto, e o atraso médio considerando todas elas, é de sete meses. O documento destaca que, no caso das linhas de transmissão, menos de um quarto (24%) das obras estão no prazo previsto. Em média, há um atraso de 15 meses nas datas previstas desses empreendimentos, refletindo, principalmente, dificuldades na obtenção de licenças ambientais. Os dados foram apresentados pela Secretaria de Energia Elétrica (SEE) do Ministério de Minas e Energia, em reunião presidida pelo próprio ministro Edison Lobão, que retornava de uma licença para tratamento de saúde. Para o professor Rafael Shayani, do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB), o fato de o atraso nas obras das linhas de transmissão estar relacionado a questões ambientais evidencia a necessidade de modernização “mais intensa” da matriz energética brasileira, baseada, segundo ele, na “concepção tradicional” de geração principalmente por meio de hidrelétricas, com o complemento das termelétricas. “A construção de linhas de transmissão precisa devastar uma parte do terreno por onde passa porque ninguém pode chegar perto, então, pensando na questão ambiental, está correto limitar a entrada de qualquer usina hidrelétrica ou linha de transmissão que possa causar dano ambiental ao Brasil”.

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