domingo, 16 de dezembro de 2012

PT diz não temer delação premiada de Paulo Vieira


Parlamentares da bancada federal do PT afirmaram na sexta-feira que não temem as revelações que o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Paulo Rodrigues Vieira, apontado pela Polícia Federal como chefe da máfia dos pareceres, possa fazer em uma eventual delação premiada com o Ministério Público. O petista Paulo Vieira tem dito, em conversas reservadas, que não sairá como o líder do esquema e que promete envolver gente "mais graúda". O ex-diretor da ANA trocou de advogado e espera ainda obter do Ministério Público Federal e da Justiça um tratamento menos severo com as declarações ao mesmo tempo em que empurra para outros a posição de comando do grupo. Até o momento, as ameaças não surtiram efeito judicial. Na sexta-feira, Paulo Vieira foi apontado como líder do grupo e denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção ativa, falsidade ideológica, falsificação de documento, tráfico de influência e formação de quadrilha. O nome do ex-diretor da ANA consta como filiado ao PT desde setembro de 2003 na lista divulgada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. "Quem tiver qualquer coisa para dizer, a bem do Estado, que diga", afirmou o deputado federal André Vargas (PT-PR), que também é secretário de Comunicação do partido. "Não temos nenhum temor sobre as revelações. Não há dúvida de que esse tipo de ameaça começa a lançar dúvida sobre todo mundo", criticou Vargas. "Virou moda falar isto, buscar a delação como forma de perdão para os seus pecados", ironizou o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), classificou como "estranho" esse tipo de atitude de Paulo Vieira. Para o petista, se o ex-diretor da ANA tem algo de "comprometedor" a dizer, "nessa altura do campeonato", que procure a Polícia Federal e o Ministério Público. Walter Pinheiro disse que Vieira deveria, ao menos, esclarecer o que fez na sua passagem pelo cargo. Ele lembrou que o comportamento do ex-diretor da ANA é semelhante ao do empresário Marcos Valério, o operador do mensalão, que também já ameaçou a contar o que sabe em vários momentos desde a crise de 2005.

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