quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Proprietários rurais protestam contra confisco de prédio privado na Argentina


Os empregadores agropecuários da Argentina realizaram nesta quarta-feira uma paralisação de 24 horas contra a decisão do governo de confiscar um valioso prédio da poderosa Sociedade Rural, no mais novo enfrentamento entre o setor agrário e a presidente Cristina Kirchner. "Nesta quarta-feira, 1.382 cabeças de gado foram embarcadas em 34 caminhões", disse uma fonte do Mercado de Fazenda de Liniers, em Buenos Aires, o maior centro de referência da Argentina, lembrando que o normal nesta época do ano são 5.000 cabeças. O governo da peronista populista muito incompetente Cristina Kirchner deu um prazo de 30 dias, a partir desta quarta-feira, para que a Sociedade Rural desocupe o enorme prédio no elegante bairro portenho de Palermo, após anunciar na sexta-feira o confisco do imóvel, disse o presidente da Sociedade Rural, Luis Etchevehere. A entidade apelará da medida na Justiça. As autoridades argumentam que a Sociedade Rural pagou "um preço insignificante" de 30 milhões de dólares em 1991 pelo imóvel, quando a Suprema Corte o avaliou em 131,8 milhões de pesos (o mesmo valor em dólar, por paridade cambial). "A medida é um ataque concreto, é querer confiscar um bem através de um castigo a um setor a partir do qual defendemos nossa dignidade e nossos direitos", afirmou Etchevehere. O dirigente agropecuário acrescentou que a decisão de Cristina Kirchner está relacionada ao conflito de quase 4 meses que, em 2008, opôs proprietários e governo por causa de um aumento de impostos às exportações. O ministro da Agricultura, Norberto Yauhar, considerou que a paralisação realizada pelas quatro maiores entidades agropecuárias do país reunidas na Mesa de Enlace tem "interesses políticos" e defendeu a decisão oficial de tomar posse do prédio. O imóvel, de 114.620 metros quadrados, comprado pela Sociedade Rural, se transformou em um dos centros de exposições mais importantes do país.

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