terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Polícia Civil gaúcha prende brigadianos acusados de matar o coronel do DOI-Codi


A Polícia Civil gaúcha prendeu, no início da manhã desta terça-feira, três pessoas, entre elas dois brigadianos (policiais militares), sob suspeita de envolvimento no assassinato de Júlio Miguel Molinas Dias, coronel reformado do Exército, ocorrido em 1º de novembro, em Porto Alegre. Uma quarta pessoa que também estaria envolvida acabou presa cerca de uma hora depois. Os brigadianos são soldados da 3ª Companhia do 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM), localizado na zona norte de Porto Alegre,  a unidade responsável pela segurança no bairro Chácara das Pedras, onde vivia o militar. Os brigadianos estão com prisão temporária decretada pela Justiça por 30 dias por se tratar de crime hediondo. Segundo a polícia, os dois policiais militares arquitetaram um assalto à casa do militar com intenção de roubar 23 armas que faziam parte do arsenal particular de Molinas. A dupla já foi investigada pela Corregedoria da Brigada Militar por suspeita de desvio de armas do quartel. A outra pessoa presa é a namorada de um deles. Conforme o delegado Luís Fernando Martins de Oliveira, titular da 20ª Delegacia de Polícia e responsável pelo caso, os brigadianos também são suspeitos de assaltos a estabelecimentos comerciais na zona norte de Porto Alegre. Roupas e toucas ninja semelhantes às registradas nas câmeras de segurança de uma farmácia atacada anteriormente foram encontradas nas casas dos dois brigadianos, uma localizada no bairro Campo Novo e outra no Jardim Carvalho. A polícia chegou até eles após perícia no Gol vermelho usado na perseguição a Molinas no dia do crime, e que fora abandonado dias depois. O Gol continha fragmentos de impressões digitais semelhantes às de dois suspeitos, indicando que ambos andaram no carro. O veículo tinha sido roubado duas semanas antes do assassinato de Molinas e rodava com placas clonadas e documentos falsos. O veículo também permitiu descobrir um outro indício contra um dos soldados. Em 20 de outubro, o Gol passou em um sinal vermelho e o motorista estava sem o cinto de segurança. A cena foi flagrada por três brigadianos do 1º BPM que emparelharam com o Gol e falaram com o condutor infrator. Os brigadianos seguiram para atendimento de uma ocorrência, mas anotaram as placas do Gol e aplicaram uma multa. A dona do Gol foi procurada e garantiu que não estivera em Porto Alegre naquele dia. Chamados para depor, os policiais militares reconheceram por foto o motorista do Gol, o qual seria um dos soldados suspeitos de matar Molinas Dias. O grupo preso na manhã desta terça-feira por suspeitas de participar da morte do coronel Julio Miguel Molinas Dias era alvo de outra investigação em Porto Alegre. A 9ª Delegacia de Polícia apurava informações sobre a participação de policiais militares em assaltos a estabelecimentos na Zona Norte. "Trabalhávamos com três hipóteses, sendo que a mais provável era de crime contra o patrimônio. A partir daí, foram feitos levantamentos de grupos que realizavam crimes nesta região. Então descobrimos que já havia uma investigação em andamento que apontava a participação de policiais militares na 9ª DP", afirmou o delegado Luís Fernando Martins de Oliveira, titular da 20ª DP e responsável pelo caso.O titular da 9ª DP, delegado Alexandre Vieira, repassou informações a Oliveira de que os brigadianos poderiam ser os responsáveis pelo assassinato de Molinas Dias.

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