domingo, 16 de dezembro de 2012

Médicos acreditam que Chávez pode ter câncer terminal


O câncer do ditador Hugo Chávez é provavelmente terminal, tendo em vista as recidivas da doença. Embora ele possa apresentar recuperação em alguns períodos, sua saúde está cada vez mais em risco, afirmaram vários especialistas em câncer que não estão envolvidos no tratamento do chefete venezuelano. Chávez está em recuperação em Cuba, após a quarta cirurgia. No sábado, o presidente informou aos cidadãos de seu país que células malignas haviam reaparecido pela terceira vez em seu abdômen e que ele retornaria a Cuba para uma nova operação. O governo venezuelano não divulgou qual é o tipo de câncer que o presidente tem. A cirurgia foi descrita como "complexa e delicada" e teve duração de seis horas. Autoridades venezuelanas disseram que ele pode não estar de volta a Caracas para a posse de um novo mandato presidencial, em 10 de janeiro. Chávez está no poder há 14 anos. Na quinta-feira, o governo venezuelano disse que os médicos elevaram o estado de saúde de Chávez de "estável" para "favorável". Mais cedo, afirmou que houve "complicações" durante a cirurgia e que "foram necessários procedimentos em razão de uma hemorragia". Apesar disso, os médicos dizem que o câncer é um jogo de probabilidades e que Chávez pode se recuperar totalmente. "A única coisa que sabemos é que não somos bons com previsões", declarou J. Randolph Hecht, diretor de oncologia gastrointestinal da Universidade da Califórnia, em Los Angeles. Analistas de inteligência e médicos especialistas em câncer dizem que podem juntar algumas peças para fazer um prognóstico generalizado, com base nas informações públicas disponíveis, embora não tenham conhecimento direto sobre o caso. A operação mais recente sugere que as probabilidades de sobrevivência do presidente estão piorando, dizem os médicos. O fato de que o câncer voltou duas vezes após ele ter passado por três cirurgias e pelo tratamento de radioterapia e quimioterapia indica que o câncer é agressivo e com baixa probabilidade de cura. "Qualquer procedimento adicional é paliativo e tem como objetivo impedir que os sintomas piorem e não tem a cura como alvo neste estágio", disse Michael Pishvaian, oncologista do Centro Oncológico Lombardi, da Universidade de Georgetown. A recuperação da última cirurgia é potencialmente perigosa, declarou Thierry Jahan, oncologista da Universidade da Califórnia, em São Francisco. O uso excessivo de anti-inflamatórios esteroides durante o tratamento pode provocar enfraquecimento muscular. Após a cirurgia há o aumento da possibilidade de infecções que levem à septicemia - infecção generalizada que pode levar à morte -, ao surgimento de coágulos, hemorragia gastrointestinal, além da elevação do risco de aumento do nível de açúcar no sangue, o que pode causar diabetes, disse o doutor Jahan. Chávez foi diagnosticado com câncer em junho de 2011, depois de passar por uma cirurgia para a retirada de um abscesso pélvico, ocasião em que foi descoberto um tumor "do tamanho de uma bola de beisebol", como disse o próprio presidente. Uma outra cirurgia para a remoção do tumor foi realizada em fevereiro. Médicos dizem que câncer no abdômen costuma ser de próstata, cólon, bexiga ou sarcoma, que é uma forma rara de câncer que aparece não num órgão, mas de tecidos de conexão como músculos, ligamentos, gordura ou ossos.

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