terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Lula diz que novas denúncias de Marcos Valério são "mentira"


O ex-presidente Lula afirmou nesta terça-feira, em Paris, que os novos relatos feitos pelo publicitário Marcos Valério à Procuradoria Geral da República, divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo, são "mentira". Lula foi cercado por jornalistas na saída do Fórum do Progresso Social, co-organizado por seu instituto, e quebrou o silêncio que perdurou ao longo de todo o dia, quando evitou falar à imprensa. No início da tarde, a reportagem interpelou o presidente na saída do hotel Meurice, onde está hospedado, em Paris. Com expressão séria, Lula fez sinal de que não responderia questões, entrou em um carro e partiu acompanhado pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Duas horas depois, o ex-presidente foi protegido por um cordão de seguranças durante o fórum e não respondeu sobre o assunto. Sua primeira manifestação aconteceu ao término do evento. Com uma postura diferente, Okamotto falou ao Estado durante o fórum e negou que tenha ameaçado Marcos Valério de morte, conforme o publicitário afirmou em seu novo depoimento à Procuradoria Geral da República. Ele afirmou que não vê novas denúncias no testemunho de Marcos Valério e que Lula teria de responder por ele mesmo. Okamotto disse também não ter lido a reportagem do Estado que trouxe detalhes sobre o depoimento de Marcos Valério. Questionado sobre se o ex-presidente havia lido a reportagem, o assessor disse que Lula "não lê o Estadão".
A reportagem explicou os fatos relatados por Marcos Valério à Procuradoria Geral, entre as quais a de que Lula teria dado seu "ok" ao Mensalão do PT. "Meu nome não é Lula. Se teve esse negócio, eu não estava nessa reunião. Tem de perguntar para o Lula um negócio desses", alegou. Sobre a denúncia de que o esquema também teria pagado contas pessoais da família do ex-presidente, o assessor afirmou: "Que contas pessoais? Tem de perguntar para o Lula". Indagado sobre as supostas ameaças de morte que teria feito a Marcos Valério, Okamotto devolveu a pergunta. "Eu ameacei ele de morte? Por que eu vou ameaçar ele de morte?", questionou: "Está nos autos que eu ameacei ele de morte? Duvido! Duvido que ele tenha dito isso!" Sobre sua suposta declaração afirmando que "gente do PT" o queria morto, Okamotto negou com ênfase. "Não, não, não. Eu não tenho nenhum motivo para desejar o mal a Marcos Valério. Eu o conheci depois do episódio do Mensalão, da história que ele contava que tinha feito empréstimos em nome das empresas dele para ajudar o PT", disse ele: "Isso acabou trazendo um grande transtorno para ele, não é? Ele chegou a ser condenado". A seguir, o assessor colocou em dúvida a credibilidade das declarações de Marcos Valério à Justiça. "Pelo que eu entendi, ele esclareceu toda a imprensa brasileira, discutiu com a Justiça, deu os nomes à Justiça. Suponho que tudo o que ele tinha para falar ele já falou", argumentou: "E até algumas coisas que ele falou a Justiça não levou em consideração, como os empréstimos que ele tinha recebido". Outro assessor que acompanha a delegação do ex-presidente, o ex-ministro Luiz Dulci, não quis comentar as declarações de Marcos Valério. "Não vi o Estadão hoje. Acordei às 5 horas da manhã, mas por coisas daqui. Eu estou cuidando das coisas daqui", disse.

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