quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Resultados do BTG derrubam mito de negócio instável-Esteves


Os resultados trimestrais do BTG Pactual acima das expectativas do mercado estão desfazendo o "mito" de que o modelo de negócios do maior banco de investimentos independente da América Latina é essencialmente instável, disse o presidente-executivo do grupo, André Esteves. Segundo o executivo, o desempenho sólido de todas as linhas de negócio estão permitindo que o grupo supere os efeitos de um cenário de fraca atividade no mercado de capitais e nos empréstimos bancários para empresas. E isso se explica pelo modelo que estimula a meritocracia e que exige dos principais sócios um compromisso total com o negócio. "A cada trimestre, o mito de que o modelo do BTG Pactual é intrinsecamente volátil está sendo derrubado", afirmou Esteves nesta terça-feira. Para o executivo, a consolidação do ambiente de juro básico menor fará o BTG Pactual se sobressair em relação aos grandes bancos comerciais do País. Por serem mais dependentes da atividade creditícia, os bancos comerciais devem experimentar uma queda nos níveis de rentabilidade, da faixa de 20% a 25% dos últimos anos, para uma realidade permanente de 15% a 18%. Já o BTG deve ser até beneficiado pelo novo cenário, porque é mais ligado ao mercado de capitais, que tende a crescer muito no País, fortalecido justamente pelo cenário de taxa básica de juro menor. Isso deve, segundo ele, consolidar o BTG como o maior banco de investimentos independente do mundo. "Vai acontecer uma revolução no mercado de capitais brasileiro nos próximos cinco anos", afirmou, salientando sua expectativa de forte expansão de segmentos nos quais o BTG tem forte presença, como private equity, assessoria financeira para emissões de dívida, ofertas de ações e gestão de recursos e de fortunas. Um surpreendente salto nas receitas com assessoria financeira e o controle rígido de despesas ajudaram o BTG Pactual a mais que triplicar o lucro do terceiro trimestre na comparação anual, superando as expectativas do mercado. O grupo, que fez sua estreia na Bovespa em abril, tem um braço de participações que tem fatias em empresas dos setores imobiliário, hoteleiro. Para Esteves , a queda da taxa básica para o nível mais baixo da história do país, a 7,25 por cento ao ano, é "absolutamente sustentável", dado que o Brasil consolidou sua estabilidade econômica e tem situação fiscal mais confortável. Além disso, o juro praticado globalmente caiu dramaticamente, em razão da sucessão de crises internacionais e da atividade econômica frágil. A Selic poderia cair ainda mais se o governo entender que a expansão monetária ainda não foi suficiente para estimular a economia mas, em condições normais, o juro nominal no país tenderia a se estabilizar na faixa "neutra" de 8 a 9 por cento ao ano, avaliou.

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