quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Relatório da CPMI do Cachoeira tem leitura adiada para a próxima semana


O deputado federal Odair Cunha (PT-MG), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, surpreendeu nesta quinta-feira os integrantes do colegiado ao pedir que a leitura do relatório final elaborado por ele, seja feita apenas na próxima quarta-feira. Ou seja, ele deu a prova cabal de que fez um relatório para fazer negócio. Cunha disse que precisa de mais tempo porque está conversando e recebendo sugestões de parlamentares. “Eu estou agora simplesmente ganhando mais prazo para dialogar com o conjunto dos membros da comissão”, justificou. Apesar de admitir que o conteúdo pode ser aperfeiçoado, o relator não quis adiantar se vai ceder às pressões e fazer mudanças no texto. “O adiamento só demonstra insegurança, desconhecimento, e a cada ponto que nós contestamos o relator se surpreende. Só se surpreende quem não conhece o que assinou, o que é grave e triste”, avaliou o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) foi na mesma linha: “O relator sabe que as inconsistências são muitas, que os erros são muitos, e, portanto, eu diria que o relatório é incorrigível, não temos como alterá-lo. Ele não tem uma lógica investigativa, foi fruto de uma perseguição política e nós temos que derrubá-lo”. Na reunião da CPMI desta quinta-feira, o relator voltou a receber críticas de parlamentares de vários partidos por ter recomendado que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, seja investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público. Segundo o relatório, o pedido tem como base “indícios de omissão e prevaricação”. Segundo o Código Penal, a prevaricação é crime praticado por funcionário público que retarda ou deixa de praticar indevidamente suas atribuições. O pedido de indiciamento de cinco jornalistas, entre eles, o chefe da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, também foi alvo de queixa de senadores e deputados. O jornalista, que aparece conversando com o contraventor em gravações obtidas pela Polícia Federal, foi indiciado por formação de quadrilha. “As investigações sobre esse profissional nos permitem divisar que Policarpo Júnior não mantinha com Carlos Cachoeira uma vinculação que se consubstanciava apenas na relação de jornalista e fonte", diz um trecho do relatório. O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) pediu que o relator revisse a posição sobre os jornalistas indiciados, especialmente, Policarpo Júnior. Miro também defendeu o procurador-geral da República. “Não pode constar da proposta do relator qualquer coisa relativa à Procuradoria-Geral da República, como se estivéssemos aqui a tentar incriminar o procurador-geral. Em nenhum momento foi votado algo que se aproximasse de suspeita contra o procurador-geral”, garantiu.

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