quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Novos remédios poderão curar a hepatite C em 2015


Nesta semana, a comunidade médica teve acesso aos resultados de testes clínicos envolvendo uma série de medicamentos novos para tratar a hepatite C. Embora as conclusões não façam parte da fase final das pesquisas, já que as drogas ainda precisam ser testadas mais vezes, especialistas acreditam que já é viável pensar em uma possível cura para a doença. Os dados animadores foram divulgados durante o The Liver Meeting, encontro anual da Associação Americana para Estudo das Doenças do Fígado, que terminou na última terça-feira, em Boston. “Estimamos que, em 2015, quase 100% dos pacientes poderão ser curados”, disse a gastroenterologista Maria Lúcia Ferraz, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia. O desenvolvimento de novos remédios para tratar a hepatite C está em constante avanço. Os pacientes com a doença costumavam ser tratados com o interferon, um quimioterápico que estimula o sistema imunológico, associado ao antiviral ribavirina. O tratamento conseguia curar de 40% a 45% dos doentes e precisava ser seguido por um período que variava de 48 a 72 semanas. Em julho deste ano, o Ministério da Saúde anunciou que o Sistema Único de Saúde (SUS) passaria a oferecer dois novos remédios para a hepatite C: o boceprevir e o telaprevir, inibidores de protease que impedem a replicação do vírus e impossibilitam o progresso da doença. Associado ao interferon e à ribavirina, a taxa de cura da terapia subiu para 75%, com uma duração de até 48 semanas. Segundo Maria Lúcia Ferraz, foram apresentados durante o encontro estudos feitos com cerca de dez novas drogas contra a hepatite C, que agem de maneiras diferentes sobre o vírus — entre elas, o sofosbuvir, da farmacêutica Gilead. A composição desses medicamentos, de acordo com a médica, curou de 90% a 100% dos pacientes com um tratamento seguido por até 24 semanas e com efeitos adversos menores do que os da terapia convencional.

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