domingo, 11 de novembro de 2012

Igreja Católica se compromete a rever seu papel na ditadura argentina


A Igreja Católica argentina se comprometeu na sexta-feira a realizar um estudo sobre sua atuação durante a última ditadura militar no país (1976-1983) e rechaçou qualquer tipo de conivência entre seus bispos e o regime. O anúncio foi feito em um comunicado veiculado pela igreja local. "Nossos bispos disseram que estão revisando todos os documentos ao seu alcance", disse o comunicado: "Não podemos nem queremos evitar a responsabilidade de avançar no conhecimento dessa verdade dolorosa e comprometedora para todos". O anúncio é uma resposta à denúncia feita pelo ex-ditador Jorge Rafael Videla, que afirmou em uma entrevista de 2010 que membros da Igreja Católica estavam cientes dos desaparecimentos durante a ditadura e que até se ofereceram para informar familiares das vítimas sobre suas mortes. "Colaboramos com a Justiça quando nos pediram informações que possuíamos. Além disso, incentivamos as pessoas com informações sobre o paradeiro dos desaparecidos ou de cemitérios clandestinos a informarem as autoridades competentes", diz o comunicado. A igreja lamentou a época ditatorial, "um tempo de desencontro", segundo ela. Também disse reconhecer "crimes cometidos pelo Estado" na época, bem como "morte e desolação causadas pelos guerrilheiros".

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