quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Governo Dilma vai abater R$ 25,6 bilhões do superávit primário, e ainda assim não atingirá meta


O governo federal abaterá 25,6 bilhões de reais da meta cheia de superávit primário de 2012, economia de 3,1% do PIB dada pela diferença entre arrecadação e gastos governamentais, exceto o serviço da dívida, que visa reduzir o endividamento de longo prazo. A informação consta do relatório de receitas e despesas do orçamento federal relativo ao quinto bimestre (setembro-outubro), que foi divulgado nesta terça-feira pelo ministério do Planejamento. A meta cheia do superávit primário para todo o setor público equivale a 139,8 bilhões de reais neste ano. O governo, entanto, estava bem distante deste valor. Segundo o último balanço divulgado no mês passado e referente a setembro, ainda havia por fazer uma economia de 64 bilhões de reais. A divulgação do relatório traz também a confirmação oficial de que a meta cheia não será mesmo cumprida, conforme antecipado pelo próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, no início do mês. Uma semana antes, o Banco Central já havia afirmado que a meta não seria cumprida. O abatimento de 25,6 bilhões de reais significa que o governo excluirá este valor das despesas os investimentos feitos dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa e Minha Vida. Esse é o mesmo valor previsto na Lei Orçamentária para 2012. O abatimento tornou-se necessário porque houve frustração de receitas num ano marcado por políticas do Palácio do Planalto que abriram mão de receita tributária para tentar estimular a economia. O abatimento havia sido defendido abertamente por Mantega, na segunda-feira, em entrevista ao programa Conta Corrente, da Globo News. Na visão dele, o desconto não é uma ação heterodoxa, mas sim "uma medida concedida a países que possuem responsabilidade fiscal".

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