terça-feira, 27 de novembro de 2012

Em uma década, preços de terras sobem 278% no Brasil


Os preços das terras agrícolas no Brasil tiveram valorização média de 14,22% ao ano entre janeiro de 2002 e dezembro de 2011, bem acima da inflação. No mesmo período, as terras acumularam ganhos de 278% no Brasil, contra um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 87,7%. O índice Bovespa, que mede o desempenho dos principais papéis na Bolsa de São Paulo, teve alta de cerca de 300% no mesmo intervalo, mas com muito mais volatilidade. Essas são as conclusões de um estudo inédito da consultoria Informa Economics FNP. O aumento dos preços foi motivado, entre outras razões, pela crescente demanda por alimentos no mundo, refletida pela alta nas principais commodities agrícolas, e pela entrada de investidores em busca de rentabilidade garantida, em meio à instabilidade da economia internacional, disse a consultoria. As chamadas "novas fronteiras agrícolas", nas áreas de Cerrado de Maranhão, Piauí, Tocantis e oeste da Bahia, conhecidas por Mapitoba, foram as que mais valorizaram. Como exemplo, a FNP cita a região de Balsas (MA), onde uma área agrícola de baixa produtividade subiu de preço mais de 24% ao ano, passando de menos de 1 000 reais por hectare para quase 5 000 reais. "Mapitoba é a região que tem muita valorização. Talvez não seja possível repetir nos próximos dez anos a mesma performance desses últimos dez anos, mas ainda assim a gente acredita (num aumento de preços)", disse José Vicente Ferraz, diretor-técnico da Informa Economics FNP. O Centro-Oeste – principal região produtora de grãos e gado bovino – teve a maior valorização, de 16% ao ano. As terras das regiões Sul e Norte registraram ganho médio de 15% ao ano, enquanto, no Nordeste e no Sudeste, o aumento foi de 14%.

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