segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Consórcio suspende obras de Belo Monte após episódios de vandalismo


Alegando questão de segurança, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) anunciou nesta segunda-feira a paralisação das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. A empresa informou que houve vandalismo nos canteiros de trabalho no sábado e domingo, com o registro de sete pessoas com ferimentos leves. De acordo com o CCBM, um grupo formado por cerca de 30 pessoas encapuzadas incendiou e saqueou no sábado o Sítio Pimental, uma das frentes de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. No domingo, uma nova ocorrência de vandalismo foi registrada no canteiro Canal e Diques, e no Sítio Belo Monte, invadidos por cerca de 20 encapuzados. O vandalismo ocorre em meio à negociação entre representantes dos trabalhadores e empresa para renovação do acordo coletivo de trabalho, que tem data-base em novembro. Atualmente, há cerca de 15 mil trabalhadores contratados para atuarem nas frentes de obra, 12 mil diretamente pelo CCBM. A expectativa é que o ápice de contratações aconteça em 2013, quando o empreendimento terá 23 mil trabalhadores. Na nota, o CCBM informou que, após as assembléias terem transcorrido normalmente nas frentes de obra localizadas nos canteiros Sítio Belo Monte e Canais e Diques, “cerca de 30 pessoas que não representam os trabalhadores” impediram a realização da assembléia que estava acontecendo em Sítio Pimental, outra frente de obra, localizada a 70 quilômetros de Altamira. Ainda segundo a nota do CCBM, o grupo era formado por pessoas encapuzadas e armadas com pedaços de madeira. Eles teriam ameaçado os trabalhadores que iriam participar da assembléia e destruído instalações, computadores e diversos outros objetos, além de depredar a farmácia e a lanchonete instaladas no local e tentarem incendiar uma cozinha. O CCBM informou que diversos produtos e dinheiro foram saqueados e que dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav) foram expulsos do local pelos manifestantes. Na invasão de domingo, as ações foram pontuais e de pequenos danos, segundo o CCBM. Mas elas teriam gerado um clima de insegurança no local e, por este motivo, as obras foram interrompidas. Isso é ação organizada de grande vulto, ação típica de grupo armado organizado, é ação de terrorismo.

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