domingo, 4 de novembro de 2012

Com medo, Lula manda segurar nota de apoio aos mensaleiros, ele não quer provocar o Supremo e a imprensa


A cúpula do PT está propensa a arquivar o plano de divulgar um manifesto em defesa dos réus do mensalão, mesmo depois de os ministros do Supremo Tribunal Federal fixarem as penas do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, do ex-presidente do PT José Genoino e do ex-tesoureiro Delúbio Soares. Pragmáticos, dirigentes do PT dizem agora que "a vida continua" e querem transferir o desagravo para a CUT. Além do pedido do ex-presidente Lula para que os petistas segurassem o manifesto, não há consenso na Executiva Nacional do PT. "Não temos de trazer uma pauta negativa para nós", afirmou o secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR): "Mesmo com todos os ataques que sofremos na campanha eleitoral, somos vencedores". Escrita pelo presidente do PT, Rui Falcão, a primeira versão do manifesto atacava a "politização" do julgamento do Mensalão. Sustentava, ainda, que "teses" construídas pelo Supremo abandonaram a cultura do direito penal como garantidor das liberdades individuais. O texto também apontava pressão da mídia para influenciar no julgamento. Falcão mostrou a versão preliminar a José Dirceu, a José Genoino e aos líderes das correntes do PT. O plano era divulgar o texto na última quinta-feira, mas Lula entrou em campo para adiar a empreitada. Na prática, porém, a tendência é arquivar essa estratégia.

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