terça-feira, 16 de outubro de 2012

Presidente do Citigroup se demite após forte queda de lucros


O presidente-executivo do Citigroup, Vikram Pandit, renunciou ao cargo nesta terça-feira, em uma mudança repentina na gestão de uma das maiores instituições financeiras dos Estados Unidos, que ocorreu um dia após o banco apresentar queda de 88% em seu lucro trimestral. Um comunicado divulgado nesta terça-feira pelo presidente do conselho de administração do Citigroup, Michael O'Neill, afirma que Michael Corbat, anteriormente presidente-executivo para Europa, Oriente Médio e África, foi indicado para substituir Pandit. Minutos após o anúncio do banco, o nome de Pandit foi retirado do site do Citigroup. O vice-presidente operacional John Havens, associado de longa data a Pandit, também renunciou. Ele afirmou que já planejava aposentadoria para o final do ano, mas que após a renúncia de Pandit, decidiu antecipar sua saída. A saída de Pandit e Havens ao mesmo tempo foi outra bandeira vermelha levantada por observadores que sugeriram que isso indica algum tipo de diferença de opinião dentro do conselho do Citigroup. O relacionamento do conselho com Pandit já estava sob pressão depois que os acionistas rejeitaram o pacote de remuneração do presidente-executivo. Ele foi beneficiado com mais de 15 milhões de dólares em ganhos em 2011, mas 55% dos acionistas votaram contra a bonificação em uma reunião em abril. "Não é um choque que Pandit não esteja mais lá, mas a surpresa é isso acontecer muito rapidamente. Porque ele está deixando o banco imediatamente?", questionou Mike Holland, presidente da Holland & Co, que administra mais de 4 bilhões de dólares em ativos. "Não sou acionista do Citi, mas se eu fosse, eu estaria decepcionado com a saída de Havens, mais do que Pandit", acrescentou. No mês passado, Pandit concordou com um preço baixo de venda da participação do banco na corretora operada pelo Morgan Stanley. "O que Pandit e Havens fizeram foi aumentar a incerteza em torno do Citi", afirmou o analista e gerente de portfólio Matt McCormick, da Bahl & Gaynor: "Há uma nuvem de incerteza permanente cercando o Citigroup. Há sempre uma confusão, que acaba por afetar o preço das ações".

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