terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ministra Cármem Lúcia condena o petista José Dirceu por corrupção ativa


A ministra Cármem Lúcia deu o quarto voto pela condenação por corrupção ativa do ex-ministro da Casa Civil no primeiro governo Lula, o petista José Dirceu no processo do Mensalão do PT. Ela também entendeu como culpados o ex-presidente do PT, José Genoino, e o ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. Para fundamentar sua decisão sobre José Dirceu, a ministra destacou os encontros dele com o empresário Marcos Valério e com outros corréus. Ela destacou que Marcos Valério tinha ligações próximas com o Banco Rural e inclusive marcou reuniões de José Dirceu com dirigentes da instituição. Ressaltou que em seu depoimento o tesoureiro petista Delúbio Soares afirmou que suas ações tinham respaldo. Para ela, José Dirceu era um dos que dava esse respaldo ao ex-tesoureiro petista. "Não tenho como descaracterizado os indícios e provas que houve vantagem indevida que tenha sido ofertada e garantida pelo réu José Dirceu", disse ela. Carmen Lúcia afirmou ainda que não estava levando em consideração em seu voto as benesses oferecidas por integrantes do grupo à ex-mulher de José Dirceu, Ângela Saragoza. Na visão de Cármem Lúcia, a atuação nesse caso é típica de lobistas, como Marcos Valério. "Sabemos que os lobistas fazem isso. Pessoas como Marcos Valério fazem isso, procuram uma pessoa em qualquer situação de projeção, verificam alguém que precisa de ajuda, fazem a oferta e se imputa a alguém que detenha o cargo". Apesar de descaracterizar essa parte da acusação, a ministra entendeu que os encontros com Marcos Valério e outros integrantes do grupo eram suficiente para assentar a culpa de José Dirceu. Com o voto de Cármem Lúcia, formou-se a maioria pela condenação de cinco dos dez réus em julgamento nessa fase: Delúbio Soares, Marcos Valério, os ex-sócios das agências de publicidade, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, e a ex-diretora financeira da SMP&B, Simone Vasconcelos. Estão absolvidos, também com maioria de seis votos, a ex-funcionária da SMP&B, Geiza Dias, e o ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto. No caso de José Genoino, são cinco votos pela condenação, faltando apenas mais um para se afixar sua culpa.

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