terça-feira, 23 de outubro de 2012

Corrupto e quadrilheiro José Dirceu diz: "Fui condenado por ser ministro". Não, foi condenado porque cometeu crimes


O ex-ministro-chefe da Casa Civil, o corrupto José Dirceu, condenado pelo Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira por formação de quadrilha na ação penal do Mensalão do PT, disse que nunca compôs ou formou quadrilha, e que foi "condenado por ser ministro". José Dirceu, que já havia sido condenado por corrupção ativa, é apontado como mentor e chefe do esquema de compra de apoio parlamentar ao primeiro mandato do ex-presidente Lula. "Mais uma vez, a decisão da maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal de me condenar, agora por formação de quadrilha, mostra total desconsideração às provas contidas nos autos e que atestam minha inocência. Nunca fiz parte nem chefiei quadrilha", disse José Dirceu em texto publicado em seu blog na Internet. "Sem provas, o que o Ministério Público fez e a maioria do Supremo acatou foi recorrer às atribuições do cargo para me acusar e me condenar como mentor do esquema financeiro. Fui condenado por ser ministro", disse, afirmando que sua condenação se deu "com base em indícios". O petista já havia rompido o silêncio após sua condenação por corrupção ativa, e disse que acataria a decisão do Supremo, mas que provaria sua inocência. Na ocasião, disse ter sofrido um "juízo de exceção". Agora, voltou a criticar a condução do julgamento. "Teorias e decisões que se curvam à sede por condenações, sem garantir a presunção da inocência ou a análise mais rigorosa das provas produzidas pela defesa, violam o Estado Democrático de Direito", disse. "O que está em jogo são as liberdades e garantias individuais. Temo que as premissas usadas neste julgamento, criando uma nova jurisprudência na Suprema Corte brasileira, sirvam de norte para a condenação de outros réus inocentes país afora", disse.

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