segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Começa julgamento de ex-ministra da peronista populista Cristina Kirchner


Felisa Miceli, ex-ministra da Economia, tornou-se nesta segunda-feira a primeira integrante do governo da presidente peronista populista Cristina Kirchner a sentar no banco dos réus para julgamento no escândalo de corrupção denominado Caso do Banheiro. Felisa Miceli é acusada de encobrir uma operação financeira ilícita e de destruir documentos oficiais. O caso veio à tona em 2007, quando a Brigada de Explosivos do Ministério da Economia encontrou no banheiro privado da ministra uma sacola com notas de peso e dólar de origem misteriosa. Entre 2005 e 2007, Felisa Miceli foi a primeira mulher na história da Argentina a ocupar a pasta da Economia. Na época, ela deu uma série de confusas explicações sobre a origem do dinheiro - 100 mil pesos (na época cotados em US$ 35 mil) e outros US$ 31 mil. Felisa alegou que o dinheiro era seu e havia sido guardado no banheiro para realizar uma operação imobiliária para sua filha. No entanto, dias depois, afirmou que a quantia era de um de seus irmãos, Horácio. Mais tarde, mudou de idéia e disse que a bolada era do outro irmão, José Rubén. Após o surgimento de pistas que indicavam que o dinheiro havia saído de forma irregular do Banco Central, a ministra renunciou ao cargo. A investigação jornalística do jornal Perfil, que trouxe à tona o escândalo, havia revelado que a quantia encontrada na sacola de papelão era de US$ 140 mil, 50 mil euros e 100 mil pesos argentinos. Anos depois Felisa Miceli começou a trabalhar na Fundação das Mães da Praça de Maio, onde envolveu-se em um novo escândalo, dessa vez em um fundo fiduciário irregular para a construção de casas populares. Se for considerada culpada pelo tribunal, Felisa poderia ser sentenciada a uma pena de até seis anos de prisão. O julgamento, que contará com o depoimento de cerca de 60 testemunhas, se prolongará até meados de dezembro. Esse é uma espécie de mensalão peronista.

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