segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Apesar de derrota, oposição a Chávez ganha terreno na Venezuela


Na noite de domingo havia decepção, frustração e choro no comando da campanha do candidato da oposição à presidência da Venezuela, Henrique Capriles Radonsky. Pela quarta vez em quase 14 anos os opositores do ditador Hugo Chávez fracassaram em sua tentativa de tirá-lo do poder pela via eleitoral. No entanto, mesmo na derrota, a oposição venezuelana deveria ter razões para sentir-se satisfeita do que foi seu melhor desempenho desde o início da era Chávez, em 1998, e orgulhar-se de ter conquistado seu melhor resultado, reduzindo à metade, em termos percentuais, a diferença de votos do presidente, em comparação com 2006. Além disso, os contrários à chamada Revolução Bolivarana parecem sair deste processo eleitoral com algo que não tinham até pouco tempo: um líder jovem, carismático e com um apelo popular que poderia servir de condutor para convertê-los em uma oposição de poder frente ao "chavismo". No discurso de reconhecimento da derrota, Capriles, vestindo uma jaqueta com as cores da bandeira venezuelana, pareceu fazer uma promessa de futuro a seus seguidores, que conseguiu levantar o ânimo tão abatido após a divulgação do primeiro boletim do Conselho Nacional Eleitoral. "Por aí segue o caminho", disse o candidato, jogando com as palavras de "Há um caminho", que foi o lema de sua campanha eleitoral e, para muitos analistas, equiparando-se com o famoso "por agora" que Chávez pronunciou em fevereiro de 1992, quando fracassou a tentativa de golpe de Estado. Ao assegurar a seus seguidores que não os deixaria "sós", Capriles arrancou entusiasmo daqueles que poucos minutos antes não encontravam consolo, de uma maneira que não se havia visto na última década entre os opositores venezuelanos.

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