segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Procurador geral diz que denúncia de Marcos Valério que envolve Lula tem de ser investigada

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta segunda-feira que são “importantes” as revelações feitas pelo publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza sobre o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Mensalão do PT e de como o petista sabia de cada detalhe do esquema de arrecadação de recursos e de corrupção de parlamentares no Congresso. Conforme revelou a revista VEJA, Marcos Valério começou a detalhar nuances do pacto que fez com políticos para tentar garantir penas mais leves no esquema do Mensalão do PT. De acordo com VEJA, o publicitário também projeta que o esquema criminoso movimentou pelo menos 350 milhões de reais. O Ministério Público apontou que o Mensalão do PT foi abastecido com 55 milhões de reais de empréstimos dos bancos Rural e BMG e cerca de 74 milhões de reais desviados do Visanet, fundo abastecido com dinheiro público e controlado pelo Banco do Brasil. “Marcos Valério é uma pessoa que, ao longo de todo o processo, deixou muito claro que é um jogador. Mas é claro que são declarações importantes que devem ser examinadas”, disse nesta segunda-feira o procurador geral Roberto Gurgel, ao chegar para a 24ª sessão plenária do Supremo Tribunal Federal para julgar a ação penal do Mensalão do PT. Para o chefe do Ministério Público, como o ex-presidente Lula não detém mais foro privilegiado, uma eventual investigação deveria ser conduzida em primeira instância. Na hipótese de abertura de um processo a partir das revelações de Marcos Valério, Gurgel disse que, em tese, seria possível que o publicitário pudesse costurar um acordo de delação premiada. “Delação premiada em novo processo é, digamos, possível. Nesse processo do mensalão, não mais”, afirmou o procurador-geral. Apesar de ter defendido a prisão imediata dos réus condenados no julgamento do Mensalão do PT, Roberto Gurgel evitou afirmar se pretende requisitar a apreensão de passaportes dos 37 réus julgados pela corte para evitar que eles fujam do País.

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