quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ministros Joaquim Barbosa e Lewandowski divergem e têm novo embate

O relator do processo do Mensalão do PT no Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, teve novo embate com o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, chegando a acusá-lo de "contornar" os autos em seus votos. Lewandowski reclamou da postura do colega e disse que ele desejava acabar com sua função de revisor. O ministro Marco Aurélio Mello também fez críticas a Joaquim Barbosa. O novo bate-boca começou com a sinalização do revisor de que iria absolver Emerson Palmieri, ex-secretário do PTB. Lewandowski citou haver vários depoimentos dizendo que não cabia a este réu a manipulação e captação de recursos. Barbosa o interrompeu, destacando que Marcos Valério e Simone Vasconcelos disseram ter entregue recursos a Palmieri e que o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, confirmou a autenticidade de uma lista de repasses em que aparece o nome do ex-secretário do PTB. Lewandowski disse ser natural ter divergências com o relator, que replicou: "Divergências filosóficas são normais, factuais não", disse Joaquim Barbosa. Lewandowski se irritou: "Então Vossa Excelência deveria propor que se abolisse a figura do revisor se quer que eu coincida com todos os pontos de vista". Joaquim Barbosa afirmou estar apenas "lembrando" o colega sobre aqueles fatos, ao que o revisor rebateu dizendo que conhecia os autos. Mas, Joaquim Barbosa foi além e afirmou não ser possível fazer "vistas grossas" aos fatos. Marco Aurélio o repreendeu: "Ninguém faz vista grossa aqui. Tem de aceitar as manifestações dos colegas". O relator alegou fazer apenas "observação pontual". O presidente da corte, Carlos Ayres Britto, interrompeu para dizer que Lewandowski não estava negando o fato apontado. Barbosa, então, acusou: "Ele está contornando". Marco Aurélio novamente protestou: "Cuidado com as palavras. Vamos respeitar os colegas". Barbosa disse não gostar de cortesia e afirmou que não fazia qualquer ofensa. "Se o revisor faz colocações que vão inteiramente de encontro ao que o relator disse, não tem o relator o direito de chamar a atenção? Foi o que fiz", disse Barbosa.

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