domingo, 16 de setembro de 2012

Advogado gaúcho Luiz Francisco Barbosa, que defende Jefferson, diz: "Estamos fazendo um julgamento de mentirinha", pela ausência de Lula entre os réus

O advogado gaúcho Luiz Francisco Corrêa Barbosa, juiz de Direito aposentado, que defende o presidente do PTB, Roberto Jefferson, afirmou neste sábado que o ex-presidente Lula deveria estar entre os réus do processo do Mensalão do PT. "Estamos fazendo um julgamento de mentirinha", disse Luiz Francisco Corrêa Barbosa, ao comentar a reportagem publicada neste final de semana pela revista Veja. De acordo com a publicação, o publicitário Marcos Valério apontaria Lula como o chefe do esquema de compra de apoio político. O defensor de Roberto Jefferson foi autor no Supremo Tribunal Federal de vários pedidos de inclusão do ex-presidente no rol de acusados, desde que o caso chegou à Corte em 2005. O colegiado, contudo, barrou todas as investidas. Na última delas, no dia 15 de agosto passado, o Supremo decidiu que apenas o Ministério Público, por competência legal, é quem pode investigar a participação do ex-presidente no episódio. Para o advogado Luiz Francisco Correa Barbosa, as declarações de Marcos Valério demonstram que o sistema montado para manter o publicitário mineiro e outros envolvidos no caso em silêncio começou a falhar, diante da iminente perspectiva de réus do processo ir para a cadeia. "Agora a zaga do Lula começou a deixar a bola passar", ironizou ele. Luiz Francisco Corrêa Barbosa disse que, se não ocorrerem cobranças da opinião pública, uma investigação do Ministério Público contra o ex-presidente não vai adiante. Ele se disse "muito decepcionado com esse pessoal", referindo-se aos procuradores da República. O advogado de Roberto Jefferson disse que, pela lei, o Ministério Público tinha 15 dias para analisar o caso e, se não encontrar indícios de envolvimento do ex-presidente, enviar um pedido ao Judiciário para arquivar a apuração. Se tiver elementos para levar adiante no período, pedir abertura de inquérito. Em uma comparação, ele lembrou que o caso do senador cassado Demóstenes Torres (sem partido-GO) demorou três anos para que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedisse a abertura de inquérito ao Supremo.

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