quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Réu é condenado a 22 anos pela morte de Celso Daniel


Dois réus acusados de sequestrar e matar em 2002 o ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), tiveram destinos diferentes nesta quinta-feira, no Fórum de Itapecerica da Serra, Grande São Paulo. Elcyd Oleiveira Brito foi condenado a 22 anos de prisão em regime fechado pelo juiz Antonio Augusto Galvão Hristov. Itamar Messias Silva dos Santos, por sua vez, teve o julgamento adiado pelo magistrado a pedido da defesa. Elcyd foi considerado culpado por quatro dos sete jurados. Um votou pela absolvição, o que fez os advogados recorrerem da decisão. Ao fixar a pena o juiz afirmou ter considerado a personalidade do acusado, que fugiu da cadeia quando cumpria pena por outro crime e os antecedentes criminais. Elcyd tem passagem por formação de quadrilha, porte de arma e roubo. O juiz disse ter considerado ao todo cinco agravantes na pena, que somaram dez anos a mais de detenção. O magistrado leu a sentença, em que avaliou que Celso Daniel era cotado para ser ministro do governo Lula. E defendeu a consideração da repercussão social do crime. Os jurados, quatro mulheres e três homens, decidiram que Elcyd teve envolvimento na morte do ex-prefeito. A acusação do promotor Marcio Antonio Friggi, do Ministério Público Estadual de São Paulo, é que Elcyd conduzia uma Blazer usada pelos criminosos que mataram Celso Daniel. Elcyd foi condenado por homicídio duplamente qualificado: sem chance de defesa da vítima e com tentativa de simulação de sequestro, além de ter sido mediante pagamento de quantia em dinheiro. Em maio, outros três réus já foram condenados em júri pela morte de Celso Daniel. Eles pegaram penas entre 18 a 24 anos. O primeiro acusado havia sido condenado em 2010. Celso Daniel foi morto em janeiro de 2002, após dois dias de sequestro. O corpo foi encontrado em uma estrada de Juquitiba, com marcas de tiro. Segundo o promotor Marcio Antonio Friggi, o crime teve motivação política. Para ele, o ex-prefeito foi assassinado, porque discordou do desvio de verbas públicas na prefeitura de Santo André para enriquecimento próprio dos corruptores. Ele sustenta, no entanto, que o petista Celso Daniel tinha ciência do esquema de corrupção montado na administração da cidade à época e o aceitava quando o objetivo era o financiamento político do PT. Irmão do ex-prefeito, Bruno José Daniel se disse satisfeito, apesar da demora no julgamento. Ele acredita na tese de crime político, por caixa dois de campanha. "É um crime que tem a ver com a baixa institucionalidade do nosso País, no que se refere à maneira como se faz política aqui. Isso tem de ser mudado", disse Bruno José Daniel.

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