quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Presidente de Furnas prevê crescimento das usinas termelétricas no Brasil

As usinas termelétricas com gás de xisto tendem a crescer no Brasil diante das dificuldades enfrentadas para a ampliação dos projetos hidrelétricos, avaliou nesta quarta-feira Flávio Decat, presidente de Furnas, empresa do grupo Eletrobras. O País tem reservas desse gás e, para Decat, essa é uma vertente importante para o Brasil. Segundo ele, a tendência é construir usinas térmicas “na boca” dos poços que forem abertos no Rio São Francisco, por exemplo, com a energia sendo levada aos consumidores por linhas de transmissão convencionais. De acordo com Decat, o preço do gás de xisto caiu de US$ 3,00 o metro cúbico para US$ 2,00 o metro cúbico, nos Estados Unidos. Mas o Brasil ainda importa o produto, a preços considerados elevados, variando entre US$ 13,00 e US$ 14,00 o metro cúbico. Ele não tem dúvidas de que haverá uma década de forte exploração desse gás no Brasil, que será integrado ao gás offshore (no mar). O presidente de Furnas disse que as dificuldades para as usinas hidrelétricas estão atingindo níveis “completamente fora de razoabilidade”: “Uma coisa é querer as compensações ambientais, que são importantes; preservar a cultura indígena e os índios, que também é importante. Outra, é usar isso como movimento ideológico, político, para impedir a construção de uma hidrelétrica, que é uma riqueza nacional, e a gente tem que pensar nisso”. Ao tratar do tema, Decat referiu-se não só à Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, mas a todas as obras de hidrelétricas em andamento, inclusive Simplício, entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, onde Furnas está impedida de encher o reservatório por razões que, segundo ele, “não são razoáveis”. Decat considera as ações para embargar os projetos uma “exacerbação”. O presidente de Furnas vai a Brasília, nos próximos dias, tentar um embargo na Justiça Federal para garantir o enchimento do reservatório da Usina Hidrelétrica de Simplício, aproveitando o período de chuvas. Para Decat, é preciso haver uma contraposição técnica aos movimentos sociais e ambientais que impedem o andamento dos projetos.

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