terça-feira, 28 de agosto de 2012

Pagot diz na CPI do Cachoeira que pediu doações para campanha da petista Dilma

O ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, confirmou nesta terça-feira, em depoimento à CPI do Cachoeira, que trabalhou para arrecadar doação de campanha para a então candidata à Presidência da República, a petista Dilma Rousseff. Pagot contou que foi procurado pelo tesoureiro da campanha, o deputado federal José de Filippi (PT-SP), que teria lhe pedido ajuda. Pagot disse que mostrou ao deputado uma lista de 369 empresas que tinham contrato no Dnit e que o tesoureiro afirmou que ele não precisava se preocupar com as empresas maiores porque isso estava sendo tratado pelo comitê central de campanha, mas que, se quisesse, poderia pedir doação para 30 ou 40 empresas da lista. O ex-diretor do Dnit afirmou que, ao encontrar alguns empresários, pediu a doação. "Acreditei que não estava cometendo irregularidades e não associei a doação a nenhum ato administrativo do Dnit", disse ele, muito ingênuo, o coitadinho. Pagot afirmou que, posteriormente à solicitação de doação, recebeu alguns boletos que mostravam a doação feita legalmente na conta da campanha e que verificou depois que algumas empresa realmente tinham contribuído. Sobre a suspeita de que teria havido desvio de recursos de parte da obra do Rodoanel, em São Paulo, para a campanha eleitoral do PSDB e aliados, Pagot afirmou que o relato lhe foi feito por um amigo. O ex-diretor do Dnit disse que havia uma obra em convênio com o Dersa, em São Paulo, no qual R$ 2,4 bilhões seriam de investimento de São Paulo e R$ 1,2 bilhão do governo federal. Na ocasião, afirmou Pagot, houve uma tentativa de se fazer um termo de ajustamento de conduta, reivindicado pelo Dersa, de mais R$ 260 milhões. "Era uma temeridade fazer qualquer aditivo em cima desse contrato porque se tratava de um contrato de empreitada global", explicou. Pagot disse que recorreu à Advocacia Geral da União para não assinar o contrato e o termo aditivo acabou não sendo feito. Ele disse que, passado esse episódio, se encontrou com um amigo em um restaurante em Brasília que o alertou dizendo que esse aditivo tinha finalidade de contribuir para a campanha de José Serra, Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab. "Isso é uma conversa de bêbado, de botequim. É uma conversa que não se pode provar", afirmou Pagot, que também disse que o jornalista que publicou a suspeita escreveu o que quis e não o que foi dito na entrevista.

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