quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ministro do STF diz que impedimento de Toffoli pode causar "constrangimento"


Às vésperas do julgamento do Mensalão do PT no Supremo Tribunal Federal, o ministro Marco Aurélio Mello afirmou nesta quarta-feira entender como "constrangimento" um eventual pedido de impedimento de Antonio Dias Toffoli por parte dos colegas. Em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, Marco Aurélio citou como exemplo o julgamento do processo no Supremo envolvendo o ex-presidente Fernando Collor de Mello, seu primo em quarto grau. Na ocasião, ele se declarou impedido de participar, embora a lei não o impedisse. "Para o Supremo é um pouco triste ter que deliberar se o colega que insiste em participar do julgamento, já que pode haver, como ocorreu no meu caso, o afastamento espontâneo, está ou não impedido. E constrangimento também para ele próprio, se a decisão for positiva, ou seja, de que ele não pode participar", afirmou. Toffoli foi advogado do PT e assessor do ex-ministro José Dirceu na Casa Civil, apontado pela Procuradoria como o chefe da quadrilha do Mensalão do PT. Outro argumento para que o ministro não participe do julgamento é o fato de sua companheira, a advogada Roberta Rangel, ter participado da defesa de um dos réus, o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), tendo inclusive feito a defesa oral no caso no momento do recebimento da denúncia, em 2007. Marco Aurélio afirma que não gostaria de ter que se manifestar em plenário sobre o tema: "Não será constrangedora se tivermos que nos pronunciar, já que nosso dever maior é com a toga. Não gostaria de enfrentar a matéria, mas se tiver que enfrentar, vou atuar e atuar segundo convencimento formado".

Nenhum comentário: