quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Luciana Genro, como Raul Pont, também ofende os juízes do TRE gaúcho, mas a Ajuris fica calada

Ninguém consegue entender por que razão a Ajuris continua calada diante dos violentíssimos ataques que juízes gaúchos receberam nas últimas semanas por parte do deputado Raul Pont, PT, e da ex-deputada Luciana Genro, PSOL. Há quinze dias, em Sapiranga, Pont disse diante de uma platéia delirante de correligionários, que os juízes do TRE são “um bando de sem vergonhas”. Nesta quarta-feira, ao ver derrotado seu recurso por 5 x 1 no Tribunal Regional Eleitoral, Luciana Genro disse em alto e bom som que a única vida inteligente entre os juízes foi daquele que votou a favor dela. O caso mais grave é disparado o do presidente estadual do PT, porque ele assumiu o que declarou e não quer pedir desculpas. A Ajuris (Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul) é aquela entidade que expulsou de seus quadros, no início da década de 80, o então juiz Luiz Francisco Correa Barbosa. Juiz aposentado, Barbosinha hoje brilha como advogado dizendo no Supremo Tribunal Federal as verdades sobre o Mensalão do PT e sua autoria que todos insistem em escamotear. Mas, por que Luis Francisco Correa Barbosa foi expulso da Ajuris? Na época, ele era juiz em Sapucaia do Sul e julgava o processo da quadrilha do maior traficante brasileira de então, Juca Galeano. Tinha apreendido os bens da quadrilha e depositado em uma conta no Banco do Brasil. Dirigentes do Tribunal de Justiça e da Ajuris foram procurá-lo para pedir que os bens fossem transferidos para a conta de depósitos judiciais na Caixa Econômica Estadual. Ocorre que, com base no bolo dos depósitos judiciais, a Caixa Econômica Estadual distribuía escandalosos privilégios para os juízes gaúchos sob a forma de empréstimos a custo zero. Em uma época de inflação a 80 por cento ao mês, era como dar dinheiro de graça. Luiz Fracisco Correa Barbosa rejeitou o pedido de seus colegas. Então foi brindadol com uma promoção, para que saísse da cidade e abandonasse o processo do traficante Juca Galeano. Usando de suas prerrogativas constitucionais, Barbosa recusou a promoção. Então a direção do Tribunal de Justiça determinou que ele fosse removido do cargo e ficasse em disponibilidade. O chefe de Polícia foi destacado para prendê-lo, mas recebeu voz de prisão e ficou preso em uma sala do Foro de Sapucaia do Sul. Essa Ajuris que expulsou Barbosa de seus quadros porque este denunciou o escandaloso acordo com a Caixa Econômica Estadual, para distribuição de privilégios a juízes e desembargadores, é a mesma que, até hoje, não se sente ofendida de manter em seus quadros magistrados que, durante a ditadura militar, distribuíram ordens de prisão assinadas em branco, para que os militares pudessem prender todos que quisessem. Em tempo: cópia do livro da Ajuris em que colocavam suas assinaturas para pedir os empréstimos está disponível.

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