domingo, 12 de agosto de 2012

Advogado de Jacinto Lamas diz que cliente não sabia do Mensalão do PT

O advogado Délio Lins e Silva Júnior usou para o seu cliente, o ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, a mesma justificativa dada pelo ex-presidente Lula para se desvincular do Mensalão do PT. Para a defesa, se é possível acreditar que Lula "não sabia", o mesmo deve ser aplicado a Jacinto. O argumento foi apresentado no julgamento do Mensalão do PT no Supremo Tribunal Federal. "Existe uma pessoa que disse que o presidente sabia de tudo: o ex-deputado Roberto Jefferson. Por que é tão fácil acreditar no presidente Lula, mesmo com depoimento dizendo que ele sabia, e tão difícil acreditar em Jacinto Lamas de que ele não sabia e não tendo depoimento em contrário?", disse Décio Lins e Silva Júnior. O advogado citou a expressão usada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que o esquema acontecia "entre as quatro paredes do Palácio do Planalto" para questionar a falta de critério do Ministério Público. "Quero falar sobre o presidente Lula. Não estou a dizer que deveria figurar nessa denúncia. Ele não sabia de nada sobre esse suposto esquema do mensalão. O que questiono é a ausência de critério do Ministério Público. Se entre as quatro paredes do Planalto, segundo o procurador-geral, eram feitas as tratativas, quem seria o maior beneficiário? O chefe da nação, o presidente Lula". O advogado afirmou que mesmo que o esquema tenha existido, seu cliente não participou. Disse que Jacinto apenas agia como mensageiro de Valdemar da Costa Neto, então presidente do partido. Hoje, o deputado é secretário-geral do PR, partido que sucedeu o PL. "Quem mandava e desmandava naquele partido, como manda e desmanda até hoje, era o deputado Valdemar da Costa Neto, desde a compra de uma caneta e um café até reuniões políticas e direcionamento de votações num sentido ou outro. Jacinto era um zero à esquerda em termos políticos. Valdemar mandava também nas finanças, o papel de tesouraria do Jacinto era figurativo", disse o defensor.

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