sábado, 14 de julho de 2012

Suspensão de áreas de petróleo esvazia venda da Vale

A indefinição do governo brasileiro quanto à exploração petrolífera em áreas próximas a reservas consideradas santuários ecológicos esvazia a venda de ativos da Vale. A mineradora indicou recentemente que quer se desfazer de alguns blocos, mas três concessões de áreas exploratórias com participação da maior produtora de minério de ferro do mundo estão suspensas. Os blocos ES-M-411, ES-M-436 e ES-M-437, operados pela Petrobras em parceria com Vale e Shell em uma área com potencial para gás e petróleo, estão suspensos por falta de licenciamento ambiental. O Ibama, responsável pelo licenciamento, disse que não há decisão sobre os blocos, apesar de o contrato de concessão dos blocos ter sido assinado há seis anos. "O processo de licenciamento da perfuração (das áreas) está em andamento regular no Ibama. No entanto, é um processo delicado por se tratar de exploração em área ambientalmente sensível, próxima à costa, com diversos fatores de vulnerabilidade à atividade petrolífera", informou o órgão ambiental. A mineradora informou no começo deste ano que colocaria à venda seus ativos de petróleo e gás, para se desfazer de empreendimentos que fogem às suas atividades principais de mineração. Mas, no final de junho, a empresa disse que decidiu remodelar a venda para manter blocos com potencial de gás com a justificativa de que precisa de energia própria para realizar suas atividades. A Vale informa que possui uma carteira de exploração composta por 19 blocos. Localizados no litoral em frente à divisa de Espírito Santo e Bahia, os blocos suspensos ficam entre duas áreas ambientalmente sensíveis. De um lado, o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, considerado por especialistas a zona mais importante em biodiversidade marinha do Atlântico Sul. Segundo ambientalistas, estes são os mais emblemáticos dos blocos localizados no banco de Abrolhos porque estão mais próximos à costa, em zona de águas rasas, onde vazamentos de petróleo têm maior risco de prejuízos ambientais. De outro lado, na Foz do Rio Doce, a Reserva de Comboios, uma área de preservação ambiental permanente, abriga tartarugas marinhas. É a única região da costa brasileira com ocorrência de ninhos da tartaruga de couro, espécie com risco de extinção.

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