segunda-feira, 16 de julho de 2012

Pai de Eike Batista critica política economica petista e de Dilma e diz: "Estamos virando uma colônia européia africana"

Eliezer Batista, ex-ministro e fundador da Vale, criticou nesta segunda-feira, durante as comemorações pelo 203 aniversário da Associação Comercial do Rio de Janeiro, a situação da economia brasileira. Segundo ele, o País erra em não ter uma postura mais agressiva na exportação de produtos industrializados: "Eu vejo essa elevada participação de produtos básicos nas exportações como algo muito mau, nós estamos virando uma colônia européia africana do século passado. E sem agregar valor você não cria empregos de qualidade". Eliezer Batista disse que o Brasil precisa copiar o modelo coreano para se desenvolver com inovação. Aos 88 anos, Eliezer afirmou que hoje no Brasil se fala muito em educação, mas pouco se faz para elevar a qualidade dos docentes no País. E criticou a falta de conhecimento aprofundado: "Olha essa discussão do Código Florestal. Muitos lutam sem conhecer a Amazônia, não há um estudo sério sobre a floresta. É a luta pela luta, com boa intenção, mas sem conhecimento científico". Eliezer Batista disse que o País precisa de mais ordem e civismo, além de uma transformação cultural, e lembrou que os grandes projetos do país em infraestrutura, como a exploração de petróleo em Macaé, a construção de Brasília e as grandes hidrelétricas, foram responsáveis por uma elevada favelização em seus entornos. O fundador da Vale afirmou, contudo, que nos empreendimentos da EBX, grupo de seu filho, Eike Batista, e da qual participa do Conselho de Administração, têm outra visão e não haverá favelização em suas frentes, como a construção do Superporto de Açu, em São João da Barra. Eliezer Batista também defendeu os negócios do filho na área de petróleo. Segundo o engenheiro, o mercado financeiro está sendo “exagerado e injusto” com a empresa. Os papéis da EBX caíram muito nas últimas semanas, depois que a empresa enfrentou dificuldades para explorar petróleo no litoral Norte do Rio de Janeiro, perderam quase 60% do valor, e estão virando mico. "A reação do mercado foi muito exagerada. Exagerada e injusta. Uma firma que está no processo de produção. Dar um tratamento injusto a uma companhia brasileira é, no mínimo, falta de civismo", afirmou, lembrando ainda que a EBX não vive uma onda de otimismo exagerado e que todo operador de petróleo encontra obstáculos que não estavam previstos. "Está tudo no começo, o petróleo está lá e vai ser retirado", completou Eliezer Batista, dizendo tratar-se apenas de um problema técnico.

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