quinta-feira, 5 de julho de 2012

Entrada da Venezuela no Mercosul divide governo do Uruguai

A entrada da Venezuela no Mercosul dividiu a base do governo do presidente do Uruguai, José Mujica. O mandatário disse nesta quinta-feira que seu vice-presidente, Danilo Astori, está "equivocado" ao criticar a entrada da Venezuela no bloco enquanto o Paraguai está suspenso desta integração. "Danilo Astori se equivoca ao dizer que o ingresso da Venezuela no Mercosul foi uma ferida letal. Não é nada letal. Letal é como estávamos antes", disse Mujica. Segundo ele, o Mecosul estava "paralisado" e é preferível criticá-lo a deixá-lo estagnado. Astori havia afirmado que a forma como a Venezuela entrou no Mercosul, com o Paraguai suspenso, "é a pior ferida institucional" do bloco desde sua criação em 1991. O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Luis Almagro, também disse que discordava da maneira como foi definida esta adesão. Segundo ele, na reunião do Mercosul, semana passada, em Mendoza, a presidente Dilma Rousseff teria pedido que os chanceleres deixassem os presidentes sozinhos. No encontro a portas fechadas, disse, Dilma, Mujica e Cristina Kirchner, da Argentina, teriam resolvido a entrada da Venezuela e marcado uma reunião no dia 31 deste mês a fim de formalizar esta integração. Mujica, Astori e Almagro fazem parte da coalizão de centro-esquerda Frente Ampla que governa o Uruguai desde 2005. Mujica é da ala mais à esquerda da legenda, o Movimento de Participação Popular (MPP), os Tupamaros. Astori, ex-ministro da Economia, é definido como social-democrata, ou uma "esquerda mais moderada", segundo especialistas.

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