quinta-feira, 5 de julho de 2012

Demóstenes critica "açodamento" de processo de cassação de seu mandato

Pela terceira vez na semana, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) apareceu em plenário para fazer um discurso na tentativa de evitar a cassação do seu mandato. Em um pronunciamento de 27 minutos para uma platéia de apenas quatro senadores, Demóstenes criticou o "açodamento" no processo a que responde por suspeita de usar seu mandato na defesa dos interesses do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O senador goiano foi contra a decisão da Comissão de Constituição e Justiça que, por unanimidade, deu aval para levar o processo para a votação secreta em plenário, previsto para ocorrer na próxima quarta-feira. Segundo ele, a decisão do CCJ "pode ser tudo, menos constitucional". O parlamentar disse que não está sendo assegurado a ele o direito à "ampla defesa, ao contraditório e ao devido processo legal". "Se o meu pescoço não servir de abrigo com a espada da mídia, vai se voltar contra a instituição", afirmou ele, para quem não se trata de "má fé, mas da mistura explosiva da pressa com seu aumentativo, a pressão". Mais uma vez, o senador reclamou do fato de não ter sido permitido a ele fazer perícias nas conversas telefônicas em que ele foi flagrado conversando com Cachoeira. Demóstenes pretende comprovar, com as perícias, que houve edição ilegal dos diálogos. Ele repetiu ter sido investigado ilegalmente pela primeira instância durante as investigações contra o grupo de Cachoeira. O parlamentar disse que o relator do Conselho de Ética, Humberto Costa (PT-PE), se esforçou para colocá-lo como "protagonista da CPI dos Bingos", que investigou em 2005 as relações de Cachoeira. Ao contrário do que descreveu Costa no seu relatório, Demóstenes disse que só compareceu a 10% dos encontros daquela comissão parlamentar.

Nenhum comentário: