sexta-feira, 27 de julho de 2012

Criminoso nazista tinha sido sentenciado à morte em 1948

O Instituto para a Memória Histórica da Eslováquia confirmou nesta sexta-feira a existência de uma sentença de morte contra László Csatáry, emitida em 1948 e decidida por um júri popular de Kosice (atual Eslováquia) por sua participação em crimes nazistas. Csatáry, de 96 anos, era um dos criminosos nazistas mais procurados do mundo, considerado responsável pela deportação de mais de 15.000 judeus a campos de extermínio. Ele foi detido recentemente em seu domicílio em Budapeste, onde passou meses sob vigilância. Segundo o documento, em 8 de junho de 1948, Csatáry foi declarado culpado por crimes de guerra e condenado à pena de morte, com a perda de seus direitos civis durante 15 anos e o confisco de todos seus bens. "Trata-se de um documento autêntico", explicou Ondrej Podolec, diretor da Seção de Pesquisa Científica do Instituto para a Memória Histórica. O juiz do caso Csatáry focou sua decisão quase que exclusivamente na questão de atos desumanos, como a perseguição a cidadãos por motivos de raça, religião ou convicções políticas. "Ao cometer esses crimes, os testemunhos recolhidos falam que ele fez isso fora das ordens recebidas e utilizou práticas especialmente detestáveis", explicou Podolec. Entre os testemunhos figura o do médico Zoltán Hofman, que trabalhava em um campo de internação de judeus e que classificou Csatáry de "sádico", e o acusou de impedir a entrega de comida aos presos e de ameaçar com prisão quem o fizesse. O médico também afirmou que o nazista permitiu a transferência de judeus doentes aos campos de concentração alemães - informação confirmada por outra testemunha, Fridich Alexander -, contra as ordens dos escritórios alemães. Além disso, eles eram deportados sem água nem comida. O criminoso também perseguiu eslovacos, como é o caso de oito membros do Partido de União Nacional Eslovaca, a quem mandou a campos de concentração alemães. A Eslováquia ainda não decidiu como vai proceder, mas adiantou que fará "todo o possível" para que Csatáry seja punido.

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