terça-feira, 12 de junho de 2012

PP de Porto Alegre faz debate e votação, partido vai apoiar Fortunati, mas senadora Ana Amélia vai fazer campanha para Manuela D'Ávila

O diretório municipal de Porto Alegre do PP decidiu apoiar a candidatura à reeleição do prefeito José Fortunati (PDT). A disputa foi apertada. De 107 votos, 63 foram para Fortunatti e 44 para sua adversária, a deputada federal Manuela D'Àvila (PCdoB), cuja principal apoiadora era a senadora Ana Amélia Lemos. Fortunati, que estava em uma reunião na sede do PDT, foi até a Câmara para agradecer ao resultado. Às 21h44min, ele entrou no plenário, onde foi recebido. Ana Amélia e o grupo que apoiou Manuela já haviam deixado o local. A senadora, logo depois da meia noite, deu uma entrevista em que foi absolutamente clara e resoluta: "Eu acredito na Manuela, vou subir nos palanques dela e aparecer nos programas dela. Tive 400 mil votos em Porto Alegre e ninguém vai querer me cobrar coerência". Dessa maneira, é certo que o PDT e Fortunatti ganharam um "aliado manco", que vai "cristianizar" a candidatura do prefeito. O PDT vai receber de volta o que fez há dois anos, quando "cristianizou" a candidatura de José Fogaça ao governo do Estado. E, por essa razão, com uma "candidatura manca", Fogaça perdeu a eleição ainda no primeiro turno, o que foi um fato inédito no Estado. Curiosamente, a comunista Manuela D'Ávila estava falando a integrantes do Instituto de Estudos Empresariais (IEE) no momento da decisão. A informação da posição do PP chegou ao evento por meio de uma ligação do chefe de gabinete da deputada ao presidente municipal do PCdoB, Adalberto Frasson, presente à palestra. Não deixa de ser uma grande ironia, porque o Instituto de Estudos Empresariais nasceu como uma espécie de "escolinha de liberalismo", onde herdeiros de empresários eram treinados ideologicamente para quando fossem assumir cargos nas empresas. Hoje eles estão convertidos à comunista Manuela D'Ávila. A decisão começou a se desenhar às 18h30min, quando os primeiros membros do PP apareceram no plenário Ana Terra da Câmara Municipal. A ansiedade aumentou com a chegada de Ana Amélia. Rodeada de admiradores, ela posou para fotos e distribuiu acenos. Disse ela: "Com Manuela, que é uma mulher despojada e sem preconceitos e que vai nos dar a vaga de vice-prefeito, estamos no caminho de tornar o PP um partido da grande cidade". O primeiro oraddor a falar foi o vereador João Carlos Nedel, que destacou a "experiência administrativa" de Fortunatti e declarou "não sintonizar" com o programa comunista. Depois dele, seguiram-se Miguel Wedy, que defendeu a aliança com Manuela, e Mônica Leal, apoiadora de Fortunati. O último foi o ex-prefeito Guilherme Socias Villela, que jogou um balde de água fria nos defensores de Manuela: "Se não existe mais comunismo desde a queda do muro de Berlim, por que então ainda existem partidos comunistas?" Ao sair da palestra com os empresários no Instituto de Estudos Empresariais, Manuela D'Ávila disse: "Hoje, o PP manifestou que não acredita no seu próprio protagonismo. Qual o partido rejeita ser vice e eleger mais vereadores, com a sua principal liderança conduzindo o processo?" Ela também acusou Fortunatti de articular alianças fisiológicas: "É evidente que esse cenário facilita para o prefeito. Assim como facilitou o uso da máquina pública e a negociação de CC's".

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