sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ministério Público quer reverter suspensão de audiências de Cachoeira na Justiça

Procuradores do Ministério Público de Goiás e do Distrito Federal se debruçaram nesta quinta-feira sobre o processo que corre na Justiça Federal de Goiás contra o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para estudar a melhor forma de reverter a decisão judicial que suspendeu audiências relativas ao processo, que ocorreriam hoje e amanhã. O grupo, entretanto, não decidiu que estratégia irá adotar. Os depoimentos de 14 testemunhas e oito réus, entre eles Cachoeira, foram suspensos por decisão liminar do desembargador Fernando Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Concedida na quarta-feira à noite, a liminar atendeu ao pedido dos advogados do bicheiro, que alegaram cerceamento de defesa. Para o procurador Carlos Alberto Vilhena, recorrer ao TRF1 contra a decisão do desembargador não terá efeitos práticos agora, já que o plenário só deve analisar o pedido daqui a pelo menos uma semana. "Não há mais a possibilidade de os depoimentos marcados para hoje e amanhã acontecerem", resumiu Vilhena, em nota da Procuradoria Regional da República da Primeira Região (PRR1). Enquanto o Ministério Público ainda estuda estratégias, a defesa de Cachoeira definiu que a libertação do bicheiro é prioridade neste momento. Ele está preso desde o dia 29 de fevereiro como resultado da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que apurou esquema de corrupção e de exploração ilegal de jogos em Goiás. "Vamos continuar trabalhando para revogar a prisão preventiva. Nos próximos dias, vamos entrar com novos pedidos de habeas-corpus na Justiça", informou a advogada Dora Cavalcanti. Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na CPI dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como Mensalão do PT. Escutas telefônicas realizadas durante a investigação apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

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