segunda-feira, 11 de junho de 2012

Médicos federais prometem parar nesta terça-feira em todo o País

Médicos de hospitais federais, incluindo os universitários, prometem parar o atendimento eletivo nesta terça-feira. Serviços de urgência e emergência serão mantidos. Os médicos protestam contra a Medida Provisória 568 de 2012, editada pelo governo federal e em tramitação na Câmara dos Deputados. O texto trata das carreiras federais em várias áreas; para os médicos, a consequência é reduzir à metade os honorários, protestam as entidades do setor. De acordo com Amâncio Paulino de Carvalho, professor da UFRJ, o que hoje é pago por uma jornada de 20 horas semanais passará a ser o valor pago a quem trabalha o dobro, ou seja, a jornada de 40 horas, somado a uma complementação provisória. "Para dizer que o vencimento não caiu, o que contraria a Constituição Federal, eles vão manter o valor total pago hoje com uma complementação, a VPNI (montante de valor fixo e provisório, adicionado ao salário-base)", diz ele. O problema, explica, é que os benefícios dos profissionais são calculados em cima do salário-base, que cai pela metade, e que a fórmula vai acabar "congelando" os salários por um tempo. Isso porque, segundo ele, cada aumento no salário-base vai "comendo", no mesmo montante, a complementação, até que ela seja toda absorvida pelo salário. Aloísio Tibiriçá, 2º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, afirma que os médicos foram pegos de surpresa por um projeto de lei bastante semelhante apresentado no ano passado. Para ele, a proposta pode prejudicar a formação dos médicos no País. "Os médicos federais estão nos hospitais universitários e federais do Brasil, centros de formação médica. A MP afeta, certamente, a formação dos nosso médicos, porque os profissionais que trabalham nesses hospitais vão ficar desestimulados a fazer a preceptoria", afirma.

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