domingo, 6 de maio de 2012

Revista The Economist diz que CPI promete espalhar mais sujeira do que o normal

O escândalo do esquema de corrupção comandado pelo empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, "promete espalhar mais sujeira do que o normal", diz a edição da revista britânica "The Economist" que chegou às bancas na sexta-feira. A revista diz que escândalos como esse são comuns em Brasília, mas que a CPI que investigará o caso coloca políticos de todos os partidos na berlinda. A reportagem cita o envolvimento do senador Demóstenes Torres (ex-DEM) e de outros políticos, e lembra que Demóstenes Torres foi descrito como um homem de "princípios e convicções" em uma lista dos cem brasileiros mais influentes publicada em 2009 pela revista "Época". "Até agora, os custos políticos da investigação parecem recair sobre a oposição ao governo de centro-esquerda de Dilma Rousseff", diz o texto. "Mas as revelações não são necessariamente um presente político para Rousseff". Segundo a reportagem, apesar de a linha dura adotada pela presidente contra a corrupção desde o início de seu governo lhe garantir "uma reserva de credibilidade com o público", os resultados de CPIs costuma ser imprevisíveis. "Mesmo que Rousseff saia politicamente ilesa, a investigação provavelmente irá atrapalhar alguns de seus planos", diz o artigo, citando a votação sobre a distribuição dos royalties do pré-sal e projetos de infraestrutura para a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, que podem ser atrasados, especialmente pelo envolvimento da construtora Delta, que está sendo investigada. "Quanto mais a podridão na política brasileira é exposta, menor o número de políticos nos quais os brasileiros sentem que podem confiar", diz a revista.

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