quinta-feira, 17 de maio de 2012

Petrobras confirma que produção da plataforma P-55 atrasa em um ano

O atraso de entrega do casco da plataforma P-55, da Petrobras, pelo EAS (Estaleiro Atlântico Sul), em Pernambuco, para integração no estaleiro Rio Grande, no Rio Grande do Sul, vai resultar em atraso de um ano para o início de produção de petróleo da unidade. Em teleconferência, nesta quinta-feira, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, anunciou que o primeiro óleo da P-55 no campo de Roncador, na bacia de Campos, será extraído no final de 2013, um ano depois do previsto. A unidade tem capacidade para produzir 180 mil barris diários de petróleo. "Vocês sabem os problemas que aconteceram ao longo da obra", disse o diretor de E&P da Petrobras na teleconferência, referindo-se ao atraso da obra no EAS. O EAS também atrasou em dois anos a entrega do navio João Cândido para a estatal. A previsão é de que seja entregue no próximo dia 25. A demora de expansão da produção da Petrobras é uma das principais críticas dos investidores, que nos últimos cinco anos viram a empresa descumprir sucessivamente as metas traçadas. No ano passado, a expectativa era de uma produção média de 2,1 milhões de barris diários de petróleo, mas terminou o exercício em 2,02 milhões. Além de atraso de equipamentos, a produção da Petrobras recebeu este ano o impacto da parada de produção do campo de Frade, operado pela Chevron, onde possui uma participação de 30% na produção de cerca de 70 mil barris diários. A empresa informou na teleconferência que aguarda o fim dos estudos da empresa americana sobre o acidente ocorrido em novembro do ano passado, quando vazaram pelo menos 2,4 mil barris de petróleo no mar da bacia de Campos, para fechar a estimativa da meta de produção para este ano. A idéia é divulgar em 2012 uma meta que possa ser cumprida. A meta deve ser conhecida em agosto, quando será também divulgado o Plano de Negócios da companhia para 2012-2016, que deverá ficar perto dos US$ 224,7 bilhões do atual plano 2011-2015. "Frade é importante para essa meta", disse Formigli. Perguntado se há possibilidade de que o campo de Frade seja definitivamente abandonado, Formigli afirmou que "há possibilidade, mas não trabalhamos com essa hipótese". O executivo informou ainda que entre junho e julho será iniciado o projeto piloto de separação de água e petróleo no fundo do mar, no campo de Marlim, na bacia de Campos, inaugurando uma nova tecnologia da empresa. Já a produção no campo de Sapinhoá, na bacia de Santos, poderá ser antecipada, segundo Formigli. O primeiro óleo de Sapinhoá deve começar em 2013, mas o diretor não detalhou o mês e nem de quanto seria a antecipação. Sapinhoá, na área de Guará, teve sua comercialidade declarada em dezembro do ano passado. O campo está localizado no bloco BM-S-9, no pré-sal da bacia de Santos, e tem óleo de boa qualidade (30 graus API). Com volume recuperável total estimado em 2,1 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), Sapinhoá é um campo gigante descoberto em rochas do pré-sal brasileiro e um dos maiores do País.

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