quinta-feira, 17 de maio de 2012

Petrobras admite que pode ser expropriada também na Argentina

A Petrobras comunicou nesta quinta-feira em seu relatório anual à Comissão de Valores dos Estados Unidos (SEC) que a nacionalização da petrolífera YPF na Argentina pode ter "efeitos adversos" sobre seus próprios resultados. "Não podemos assegurar que estas ou outras medidas que possam ser adotadas pelo governo da Argentina não terão efeitos materiais adversos sobre nossos negócios, condição financeira e resultados de operações", acrescentou a Petrobras em seu relatório à SEC, órgão supervisor da Bolsa americana. Ou seja, "efeitos adversos" é um eufemismo para significar a possibilidade de "expropriação" dos ativos da Petrobras também na Argentina, assim como ocorreu na Bolívia e no Equador. Tanto a Petrobras como a YPF têm ações negociadas no mercado financeiro de Wall Street, entre outros mercados. A empresa brasileira ressaltou que o governo argentino interveio na indústria petrolífera no passado e provavelmente continuará intervindo. A Petrobras lembrou que há uma série de áreas em concessão conjunta com a YPF, assim como a propriedade de algumas filiais e, por isso, adverte sobre possíveis consequências em suas operações. Além disso, a Petrobras expressa incertezas sobre o futuro, ao salientar que as permissões e concessões de prospecção de petróleo e gás na Argentina estão sujeitas a certas condições e podem não ser renovadas ou ser revogadas. O Parlamento argentino aprovou no início de maio a lei de desapropriação de 51% das ações que a espanhola Repsol possuía na companhia petrolífera YPF. Após a nacionalização da YPF, vigente desde 4 de maio, suas ações se repartem entre o Estado argentino (26,03%), o Grupo Petersen (25,46%), as províncias petrolíferas (24,99%) e Repsol (6,43%), enquanto os 17% restantes estão cotadas nas Bolsas de Buenos Aires e Nova York.

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