segunda-feira, 21 de maio de 2012

Juristas querem criminalizar corrupção de funcionários de empresas privadas

A comissão de juristas que discute a reforma do Código Penal no Senado aprovou nesta segunda-feira a criminalização da corrupção entre particulares -- funcionários de uma empresa privada, por exemplo. Atualmente, o crime de corrupção só ocorre se envolver um funcionário público. De acordo com o novo texto, que ainda tem que ser votado pelo Congresso, seria punido com 1 a 4 anos de prisão aquele que, representando uma instituição privada, "exigir, solicitar, aceitar ou receber vantagem indevida" para fazer ou deixar de fazer uma atribuição de seu cargo. Também ficaria sujeito à mesma pena quem oferecer, prometer, entregar ou pagar a vantagem ao representante da instituição privada. Atualmente, a pena prevista para o crime de corrupção, ativa ou passiva, vai de 2 a 12 anos de prisão. "Estamos adequando nossa legislação ao parâmetro internacional", afirmou o procurador da República Luiz Carlos Gonçalves, relator da comissão. Na mesma reunião, a comissão de juristas aprovou o aumento de pena para quem realizar interceptações telefônicas e ambientais sem autorização judicial. A pena, que hoje é de 2 a 4 anos, iria para 2 a 5. Quem revelar dados sigilosos a pessoas que não integram o processo estará sujeito à mesma pena, assim como quem divulgá-los "sem justa causa". A comissão aprovou um aumento de pena para quem divulgar os dados sigilosos por meio da imprensa, rádio, televisão, internet ou qualquer outro meio que facilite a sua propagação, ou ainda se a divulgação for feita anonimamente ou com um pseudônimo. Nesses casos, a pena seria aumentada de um terço até a metade, a depender do caso.

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