domingo, 6 de maio de 2012

França dá marcha a ré, esquerda volta ao poder

O socialista François Hollande foi eleito presidente da França neste domingo ao derrotar o atual chefe de Estado, o conservador Nicolas Sarkozy, no segundo turno das eleições francesas. Hollande se converte assim no segundo presidente socialista da V República Francesa, fundada pelo general Charles De Gaulle, em 1958, depois de François Mitterrand, chefe de Estado de 1981 a 1995. Em seu primeiro discurso como presidente eleito, Hollande afirmou que a "austeridade não deve ser uma fatalidade" entre os diversos governos de uma Europa em crise. "Hoje mesmo, responsável pelo futuro do nosso país, estou ciente de que toda a Europa nos observa. Na hora em que o resultado foi anunciado, tive a certeza que em diversos países europeus houve um sentimento de alívio e de esperança, de que, por fim, a austeridade não deve ser mais uma fatalidade", disse Hollande, que obteve 52% dos votos. Ele acrescentou: "Neste 6 de maio, os franceses escolheram a mudança para me levar à presidência da República e estou orgulhoso por ter sido capaz de devolver esta esperança. Prometo ser o presidente de todos". Sarkozy reconheceu a derrota no início da noite e chamou Hollande de "novo presidente" que o "povo francês elegeu de forma democrática e republicana". O atual chefe de Estado assumiu "toda a responsabilidade pela derrota" e comunicou a seus partidários que não liderará a luta para as eleições legislativas, previstas para 10 e 17 de junho. Hollande anunciou que renegociará o pacto fiscal europeu de ajustes e austeridade, elaborado por Sarkozy e pela alemã Angela Merkel, visando o acréscimo de um capítulo de apoio ao crescimento. Hollande venceu com o apoio incondicional do candidato da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon (11,10% dos votos no primeiro turno), da ecologista Eva Joly (2,31%) e do centrista François Bayrou (9,13%), mas a dirigente da Frente Nacional (FN, extrema direita), Marine Le Pen (quase 18%), defendeu o voto em branco.

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