terça-feira, 1 de maio de 2012

Cúpula do PDT não endossa Brizola Neto no Trabalho e desconfia de acordo eleitoral em favor de Haddad

Por mais inusitado que pareça, integrantes do PDT estão revoltados com a indicação do deputado Brizola Neto (PDT-RJ) para o Ministério do Trabalho. Eles avaliam que a decisão da presidente Dilma Rousseff foi pessoal e que, por isso, a legenda não precisa assumir nenhum compromisso com o governo nas eleições de 2012 e de 2014. “A decisão agradou a poucos”, disse um parlamentar da legenda que preferiu não se identificar. O próprio presidente do PDT, Carlos Lupi, que se reuniu com Dilma na segunda-feira, havia comentado recentemente que era melhor o partido abrir mão do cargo caso o escolhido fosse mesmo Brizola Neto. Mesmo contrariado, Lupi teve de aceitar a imposição da presidente. Além dele, reprovaram a indicação o deputado Vieira da Cunha (RS) e o secretário-geral da sigla, Manoel Dias, ambos cotados para assumir a vaga. Segundo um parlamentar do PDT, o líder da legenda na Câmara, André Figueiredo (CE), ficou “furioso” com a decisão do Planalto. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) avalia que o partido cometeu um erro ao aceitar uma pasta na Esplanada dos Ministérios. “A decisão é um risco para o partido, porque o impede de procurar espaço próprio em 2014", afirmou: “O PDT estará a reboque do PT”. Integrantes do PDT desconfiam que o deputado Paulo Pereira da Silva (SP) fez um acordo com o Planalto para deixar sua candidatura à prefeitura de São Paulo em troca da nomeação de Brizola Neto e, claro, apoiar o candidato do PT, Fernando Haddad. Paulo Pereira da Silva, que preside a Força Sindical, defendeu com unhas e dentes a nomeação do neto de Leonel Brizola para o Ministério do Trabalho. O Planalto nega a suposta troca. “Em nenhum momento a decisão envolveu a eleição municipal”, garante um interlocutor de Dilma.

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