quinta-feira, 10 de maio de 2012

Caos total nas emergências hospitalares em Porto Alegre

A superlotação das emergências de hospitais públicos e privados já virou rotina em Porto Alegre. Diariamente, as instituições de saúde da capital gaúcha enfrentam uma demanda até três vezes maior do que a disponível. Um dos 148 pacientes que se enfileiravam na expectativa de atendimento ou leito para internação no Hospital de Clínicas, pela manhã, era José Hilton dos Anjos, 51 anos, em uma maca desde as 17 horas de quarta-feira. Para conseguir um lugar improvisado no corredor, o irmão dele, Gilson Luiz dos Anjos, enfrentou uma verdadeira via crucis. "Ficamos apavorados com o que vimos lá. Não só pela situação dele, que já era dramática, mas pela enorme quantidade de pessoas esperando atendimento e a perplexidade dos funcionários que, mesmo com boa vontade, não conseguiam dar conta da demanda que estava ali", relata Gilson. Com fortes dores, uma suspeita de prostatite e a indicação de internação de um médico particular, José foi levado pelo irmão ao Hospital Santa Casa no início da tarde de quarta-feira, mas nem chegou a entrar na instituição, ao ser informado que a emergência estava fechada há mais de 12 horas. A solução foi se dirigir ao Hospital de Clínicas onde, junto a Gilson, encontrou um cenário de caos. Na triagem, José foi classificado como atendimento de urgência mas, mesmo assim, teve de aguardar uma hora e 20 minutos para ser atendido por um médico. Sem conseguir sentar e sem ter uma maca à disposição, o paciente chegou a se deitar no chão enquanto aguardava o atendimento do médico. Ao ser atendido, recebeu medicação e, até a tarde, encontrava-se em uma maca no corredor, aguardando um leito. Na manhã desta quinta-feira, pelo menos quatro setores de atendimento de emergência apresentavam superlotação. A situação mais crítica era a do Hospital de Clínicas, onde 148 pacientes ocupavam a emergência, que tem capacidade para 49 pessoas. Há pelos menos dois anos, tanto as autoridades municipais quanto estadual renegam aceitar a realidade, de que é preciso instalar imediatamente pelo menos dois hospitais de campanha em Porto Alegre, para atendimento de todas as emergências, enquanto não são criados novos leitos nos hospitais tradicionais.

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