domingo, 1 de abril de 2012

Veteranos argentinos das Malvinas denunciam torturas e pedem justiça

Pablo de Benedetti tinha 19 anos quando lutou na Guerra das Malvinas, e agora, três décadas depois, briga para levar os comandantes militares que o torturaram para o banco dos réus e reivindica reconhecimento para os soldados que participaram do conflito. "Quero denunciar meu caso para que nunca mais ocorram casos como este na Argentina", afirmou Benedetti. Como muitos outros soldados argentinos, ele luta para que a Suprema Corte considere delitos contra os direitos humanos, considerados imprescritíveis, os abusos que sofreram nas Ilhas Falklands por seus comandantes militares. Quando o exército argentino invadiu as ilhas britânicas, em 2 de abril de 1982, Benedetti estava servindo como soldado. "Não tínhamos nenhuma preparação. Só nas ilhas é que nos mostraram o que é uma mina e nos explicaram como se faz um campo minado", afirmou ele. O soldado afirmou que o exército fez uma lavagem cerebral nos jovens: "Disseram que defenderíamos a pátria e que estávamos defendendo nossas famílias pois a guerra poderia chegar a Buenos Aires". Com uma média de idade de 20 anos, os soldados argentinos que combateram nas Ilhas Falklands, na mais bufona das guerras promovidas pela Argentina, não tinham formação militar, muitos eram analfabetos e outros tinham apenas instrução mínima. Além disso, não contavam com equipamento adequado para suportar o frio e não é possível determinar quantos morreram por desnutrição ou vítimas de maus-tratos.

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