terça-feira, 17 de abril de 2012

União Européia diz que expropriação da YPF é ilegal e suspende reunião

A Comissão Européia suspendeu a reunião do comitê conjunto UE-Argentina, marcada para os próximos dias 19 e 20, em Buenos Aires, em resposta à desapropriação de 51% da YPF, ato que considera "ilegal". "Devido ao clima que foi criado por esta situação, a Comissão Europeia e a alta representante da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, decidiram adiar a reunião do comitê conjunto UE-Argentina, que estava prevista para os dias 19 e 20 de abril em Buenos Aires", afirmou Pia Ahrenkilde, porta-voz do Executivo comunitário, em entrevista coletiva. "Entendemos que a desapropriação que se planeja neste caso é ilegal se acontecer sem uma compensação justa, adequada e rápida", acrescentou a porta-voz. Pouco antes, a Repsol havia indicado que reivindicará à Argentina, pelo menos, US$ 10,5 bilhões por sua participação na YPF, companhia à qual outorga um valor total de US$ 15,8 bilhões, em virtude da Lei de Privatização e os Estatutos da YPF. A companhia espanhola entende que, para promover a desapropriação de 50,1% do patrimônio da petrolífera, o governo argentino deveria lançar uma oferta pública de ações (OPA), informou em entrevista coletiva em Madri o presidente da Repsol, Antonio Brufau. A Comissão Européia estuda o projeto de lei que a presidente argentina, Cristina Kirchner, enviou ontem ao Congresso para expropriar a YPF, para "determinar em estreita consulta e em contato com as autoridades espanholas o próximo passo a ser dado e analisar todas as possíveis opções que estão à disposição" de Madri e da União Europeia, explicou a porta-voz. O presidente do Executivo comunitário, o português José Manuel Durão Barroso, que acompanhou de perto o assunto e esteve em contato com o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, mostrou-se "seriamente decepcionado" com a decisão da Argentina.

Nenhum comentário: