domingo, 29 de abril de 2012

Portos terão R$ 500 milhões para reduzir burocracia secular

O governo federal vai gastar R$ 500 milhões até o final de 2014 para informatizar o gerenciamento dos principais portos do País, sem investir em infraestrutura. O pacote inclui instalação de radares e câmeras de monitoramento de navios e condições climáticas - um sistema já antigo no Exterior, mas ainda inexistente no Brasil. Todo complexo portuário brasileiro movimenta atualmente 800 milhões de toneladas de mercadorias por ano e responde por 96% das importações e exportações nacionais. Na maioria dos portos do País, no entanto, toda a demanda - que cresce anualmente o dobro do PIB - ainda passa por processos burocráticos de "um século atrás", segundo o diretor de Sistemas e Informações Portuárias da SEP (Secretaria de Portos), Luis Cláudio Montenegro. Com a combinação entre volume de cargas e métodos ultrapassados de gestão, a demora para se liberar uma carga no Brasil pode chegar a 17 dias, também segundo a pasta. Comandada pelo ministro Leônidas Cristino, a Secretaria de Portos afirmou que os investimentos representam uma forma de ganhar capacidade nos portos com menor prazo e sem precisar investir na infraestrutura. Implantada em Santos, Rio de Janeiro e Vitória (ES) desde o ano passado e colocada em prática no início deste mês na Bahia - Salvador, Aratu e Ilhéus - , o Porto Sem Papel é a primeira dessas medidas. O programa substitui 112 formulários que tinham de ser preenchidos com cerca de mil itens de informação sobre cada tipo de carga. A previsão é colocar o sistema em operação nos 34 portos nacionais até 2013 ao custo de R$ 114 milhões. Outro símbolo de atraso nos portos brasileiros é que nenhum deles possui monitoramento com VTMIS, em funcionamento há cerca de 20 anos em terminais estrangeiros como o de Roterdã, na Holanda. Trata-se de um sistema para gerenciamento de tráfego de navios, com radares, câmeras e bóias, que transmite informações de forma eletrônica e imediata sobre o trânsito das embarcações. O equipamento, inclusive, monitora condições climáticas na região portuária para auxiliar nas atracações. Santos será o primeiro a receber a novidade, que custará, em média, R$ 30 milhões em cada porto. Há ainda planos para investir R$ 115 milhões para implantar em ao menos 12 grandes portos nacionais um método informatizado para o gerenciamento do tráfego dos caminhões nas entradas de cada terminal.

Nenhum comentário: