sexta-feira, 20 de abril de 2012

Ministro do STF recusa "prova nova" de réu do mensalão

O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, negou nesta sexta-feira o pedido de exame de uma "prova nova" apresentada pelo advogado de Rogério Tolentino, um dos 38 réus da ação. Desde o mês passado, o pedido estava nas mãos de Ricardo Lewandowski, revisor do processo, que o enviou a Joaquim Barbosa na última quarta-feira. O advogado de Tolentino, Paulo Sérgio Abreu e Silva, afirmou nesta sexta-feira que, apesar de não conhecer o teor da decisão do relator, vai recorrer dela ao plenário nos próximos dias. Uma decisão final sobre esse pedido pode levar a um atraso no julgamento, no momento em que os ministros do Supremo preparam seus votos. "Como vai julgar, se a prova não acabou?", questiona Abreu e Silva, dizendo que há pelo menos outros dois recursos de advogados de réus pendentes de apreciação do plenário. Com a "prova nova", Tolentino, ex-advogado das empresas de publicidade de Marcos Valério, pretende ser absolvido da acusação de formação de quadrilha. O advogado sustenta que jamais participou de uma reunião com Marcos Valério e outros réus em que, segundo a Procuradoria-Geral da República, foram destruídos e falsificados documentos da contabilidade para acobertar crimes supostamente cometidos por uma das empresas do grupo. Para provar o que diz, Tolentino apresentou ao Supremo uma sentença de fevereiro da Justiça Federal mineira na qual não há qualquer menção à participação dele ao encontro, ocorrido logo após o estouro do escândalo, em 2005. No documento, o defensor de Tolentino classificou de "fantasia mental" a acusação feita pelo ex-procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, autor da denúncia do mensalão. Tolentino quer que o relator encaminhe o pedido ao atual procurador-geral, Roberto Gurgel, para que ele tome ciência da sentença e tenha direito à "ampla defesa". Tolentino ainda é réu no processo por lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

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