Andrade Gutierrez diz que não deixará consórcio do Maracanã

A construtora Andrade Gutierrez afirmou nesta segunda-feira que não considera deixar o consórcio formado com a Odebrecht e a Delta para as obras de reforma do estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. No sábado (21), um dia após a construtora Delta confirmar que deixou o consórcio por problemas financeiros, a empresa afirmou que avaliava a sua posição no grupo. A assessoria da Andrade Gutierrez, no entanto, não informou se a empresa vai ocupar o espaço deixado pela Delta, que tem 30% na sociedade. A Odebrecht tem 49% e a Andrade Gutierrez, 21%. Segundo investigação da Polícia Federal, a construtora Delta tem ligação com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por exploração de jogos ilegais e envolvido em um escândalo de tráfico de influência com políticos. A construtora, segundo a Folha apurou, parou de fazer contribuições ao consórcio encarregado das obras no Maracanã. Nos últimos dias, a empresa deixou de aportar R$ 7 milhões para pagar fornecedores. Empreiteiras contratadas para obras públicas são pagas em geral 60 dias depois da conclusão de cada fase do serviço. Antes disso, têm que tocar com meios próprios. Com problemas no fluxo de caixa, a Delta teria ficado inadimplente. Na reforma do Maracanã, de R$ 860 milhões, o consórcio já recebeu do Estado cerca de R$ 320 milhões. Teria agora que entrar com R$ 45 milhões por mês para entregar o serviço no prazo combinado, fevereiro de 2013.