quinta-feira, 1 de março de 2012

Serra diz que cumprirá mandato de prefeito até o fim se for eleito em SP

O ex-governador José Serra, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo nas eleições deste ano,- afirmou na tarde desta quarta-feira que, se for eleito, cumprirá o mandato até o fim. “Eu estou sendo candidato para governar a cidade até quando o mandato dure, que é 2016. O Pedro Tobias (presidente estadual do PSDB) está dizendo aqui oito anos, mas isso é por conta dele. Essa é minha decisão. Eu vou cumprir os quatro anos. É mais do que promessa”, disse Serra. A entrevista foi concedida na sede do diretório estadual do PSDB, em Moema, na Zona Sul da capital paulista. Com a decisão de cumprir o mandato até o fim, Serra abre mão de uma nova disputa presidencial em 2014. “Para quem faz política como eu, política não é só sonho pessoal. Isso está dentro de um contexto, que tem de ser levado em conta. Não é primeira vez na vida que tomo outro rumo. Quanto ao sonho, ele pode permanecer. Estou no auge da minha energia”, disse Serra. Questionado se o sonho foi enterrado ou adormecido, ele respondeu: “Pelo menos até 2016 está adormecido”, afirmou. O ex-governador não quis comentar 2018. “É muito longe. Vai saber o que vai acontecer até lá”, afirmou. O ex-governador afirmou que considera a eleição em São Paulo de importância “nacional”, mas descartou que a polarização com o PT seja prioridade. “A minha idéia não é considerar que a polarização é um elemento chave dessa campanha. O que a população de São Paulo quer não é debater polarização. O que a população de São Paulo quer é debater seus problemas. É uma eleição nacional no sentido de que São Paulo é cidade nacional. Tem um peso político grande essa eleição. Estou sendo candidato a candidato por necessidade e por gosto. Necessidade política e o gosto de poder ser prefeito. Se fosse só por necessidade, sem gosto, seria ruim. E se fosse só por gosto, sem necessidade, seria algo muito narcisista. Sem dúvida, entre meus defeitos psicanalíticos não está o narcisismo”, disse Serra. O ex-governador afirmou que considera o senador Aécio Neves um dos nomes possíveis na disputa presidencial em 2014. “É um dos candidatos. Você tem o Marconi Perillo, Álvaro Dias, Aloysio Nunes, do ponto de vista das condições, o Geraldo Alckmin. Isso dentro do partido tem que ser uma conquista, mas sem dúvida o Aécio é um dos nomes.” Serra comentou o próprio índice de rejeição estimado por pesquisas em torno de 30%. Para ele, esse número ocorre por causa da maneira como é feita a pergunta e ao fato de que é identificado como candidato anti-PT. “Atribuo à forma de se perguntar. Conversei com um pesquisador importante e ele me disse que é o jeito como se faz a pergunta. Segundo: tendo disputado uma eleição presidencial, sou super-identificado como não-PT. É natural que o eleitorado do PT vá por aí. Terceiro: muita gente me vê no papel nacional.”
O ex-governador não quis dar nota para a administração de seu afilhado político, Gilberto Kassab. “A Prefeitura vai ter que mostrar as coisas que tem feito, que são muitas. Tem determinadas conjunturas. O fato de que o Kassab tenha empreendido a criação de um novo partido (PSD) cria muitas vezes a idéia de ausência, quando essa ausência não existe. O Gilberto acorda às 5h e vai dormir às 23h., meia-noite. Disse a ele no começo: ’se você for fazer partido vai acontecer isso’. Mas agora tem que decantar isso”, afirmou Serra. Questionado sobre a sobre a informação, atribuída a Kassab, de que poderia deixar o PSDB para formar um novo partido, Serra afirmou que trata-se de uma bobagem. “Nunca ouvi isso. Me parece uma bobagem. O Kassab mandou um recado dizendo que não tinha falado nada”, afirmou.

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